País bate novo recorde e passa pela transição energética chamada de “Energiewende”
A Alemanha, considerada uma das maiores potências econômicas e industriais do mundo, bateu novo recorde em geração de energia renovável e está perto de realizar a transição para uma matriz energética composta somente por fontes de energia renovável.
O processo a define como “Energiewende” (transição energética), ultrapassando os 50% do total de geração de energia do país no caso do consumo de energia renovável no setor industrial. No final de outubro, o país estava caminhando para uma geração de energia solar consideravelmente maior comparado ao ano passado.
Como plano de ação, o governo pretende remover todas as usinas nucleares do país e pretende fechar todos os reatores nos próximos anos. Esta decisão é um consenso da maioria da população, que ficou receosa desde o incidente em Fukushima, no Japão. Na época do desastre, em 2011, as usinas nucleares eram responsáveis por um quarto da geração de energia na Alemanha.
Até o momento, a energia solar foi capaz de gerar 43 terawats-hora (TWh) no país. A energia solar na Alemanha em 2020 representa 12,4% do total da matriz energética no país, o suficiente para abastecer todas as residências duas vezes no território nacional.
No final do mês de outubro, chegou a gerar 195 TWh no total, incluindo todas as formas de energia renovável (solar, eólica, hidrelétrica, biomassa, entre outras). Ao considerar o consumo de energia industrial, temos 52,2% da energia gerada advinda de fontes renováveis (em 2019 era 46%).
Popularmente conhecida por utilizar majoritariamente o carvão e as usinas nucleares para a geração de energia, desde 2018, o país trabalha para a diminuição da emissão de CO2, estando 32% abaixo dos níveis do ano de 1990.
Em contrapartida, o país está na liderança como um dos que mais possuem instalações de energia fotovoltaica no mundo, contando com 35 GW de potência instalada. Sendo assim, o mercado de energia solar é considerado um dos mais favoráveis a partir da regularização de uma tarifa para a produção de energia renovável, tornando os custos de aquisição e instalação bem menores e, consequentemente, possibilitando o acesso à população.
Além disso, estima-se que a Alemanha produza 35% da eletricidade a partir de fontes de energia renováveis, para que seja possível atingir 100% de energia limpa e inesgotável em uso até 2050.
Tendo em vista a lei obrigatória aprovada no ano 2000 na Alemanha, as companhias elétricas devem pagar, em dinheiro, os consumidores que devolvem o excedente de energia gerada nos sistemas de microgeração, como créditos energéticos. Isso influenciou a decisão de muitas pessoas, fazendo com que a população criasse diversas vilas à base de energia solar para a economia na conta de luz.
Deste modo, a utilização de energia solar residencial no país foi expandindo, uma vez que as placas solares estabelecem uma grande eficiência e contribuem também para a segurança energética da região. Elas são capazes de gerar aproximadamente quatro vezes mais energia do que os moradores das vilas consomem, logo, torna-se muito favorável para os moradores por questões econômicas.
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