Com processos automatizados, operados por inteligência artificial e alimentados por energia solar, projeto vai gerar economia e trazer maior segurança aos munícipes
Desde o ano passado, o município de Aparecida de Goiânia, em Goiás, caminha para um modelo de cidade inteligente, quando inaugurou a nova sede da prefeitura, chamada Cidade Administrativa. Dando continuidade ao projeto nomeado de “Cidade Inteligente”, o prefeito Gustavo Mendanha (MDB) acaba de inaugurar os Centro de Inteligência Tecnológica (Cit) que abriga duas salas de videomonitoramento e um datacenter.
A unidade é a base do que se pretende construir – uma cidade com processos automatizados, operados por inteligência artificial e alimentados por energia solar, gerando mais segurança e economia de custos.
Somente a nova sede da prefeitura, na Cidade Administrativa, economiza R$ 2 milhões anuais em relação à sede anterior com energia solar e sistemas integrados de informação. O prédio moderno possui uma árvore solar logo na entrada, onde também foram instaladas diversas placas solares. Toda a energia gerada é direcionada para os elevadores do prédio. Também foi montado projeto para que a água da chuva seja aproveitada.
De acordo com informações da prefeitura do município, com a automatização, ideia é que o projeto também represente um marco para o fim do acúmulo de arquivos de papel nas repartições públicas na maior parte das cidades de Goiás.
O programa Cidade Inteligente é dividido em três fases: hardwares, softwares e peopleware. Segundo o secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação de Aparecida de Goiânia, Cleomar Rocha, na primeira fase serão instalados 750 quilômetros de fibra óptica que ligam todos os prédios da prefeitura ao Cit (para que se tenha uma ideia, o restante de Goiás possui pouco mais de 600 quilômetros de fibra óptica usados pelo poder público); 650 câmeras de videomonitoramento voltadas para a segurança; mais de 2 mil câmeras instaladas em escolas municipais; 200 pontos de acesso à internet em prédios públicos e praças. A ideia é permitir ao morador o acesso a serviços oferecidos pelo município através de smartphones. Em 54 pontos, a internet já está instalada.
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Pelo sistema de monitoramento inteligente será possível identificar qualquer acontecimento fora do padrão, como um foco de incêndio, um objeto largado ou identificação de placa e modelo de carro roubado ou furtado. Ainda se será possível a identificação de face, inclusive se algum suspeito estiver usando máscara.
O prefeito Gustavo Mendanha destaca que com apenas 50 câmeras é possível diminuir em torno de 30% a criminalidade no município. “Com as 650 esperamos muito mais. Podemos otimizar os recursos e monitorar cada avenida e portas de escolas. Seremos capazes de dar uma resposta muito mais rápida. Desde o início estávamos trabalhando e estruturando para chegar até aqui”, diz Mendanha.
A segunda fase envolve softwares instaurados na administração da cidade. O município já implementou novos sistemas operacionais nas secretarias de Educação, Saúde e na parte de regulação urbana. Também está prevista a instalação de programas de inteligência artificial que possam automatizar processos sem intervenção humana.
“Garantiremos assim transparência, isonomia e agilidade muito maiores nas tramitações. Sem intervenção humana, não se pode privilegiar uma pessoa em detrimento de outra. Isso vai resultar em exercício de cidadania muito maior, pois, com todas as validações automáticas, há transparência no uso da informação pública. Nosso atendimento das demandas municipais será muito mais ágil”, diz Cleomar Rocha.
A última etapa refere-se a peopleware. Rocha explica que este neologismo corresponde à cultura digital desenvolvida pelos moradores da cidade. “Inteligência não é algo que se compra e se instala; mas algo que se adquire e se realiza”, diz.
Isso significa que servidores públicos municipais e cidadãos devem aprender a operar as novas tecnologias implementadas. Para ajudar, já estão acontecendo aulas de robótica e informática e festivais de cultura digital, mas o secretário admite que a etapa está longe de ser concluída.
“Queremos construir inteligência de gestão na medida em que teremos maior controle das informações que chegam e que são produzidas pela prefeitura”, afirma Cleomar Rocha. “Todo esse processo trará mais perspectivas de governança – ou seja, envolvimento da população com a tomada de decisão, com a apreciação pública de projetos e com a transferência dos dados da administração. Queremos implementar as ações que cooperam de maneira mais ágil na entrega dos serviços.”
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