Segundo o diretor-presidente da Engie Brasil, Eduardo Sattamini, interesse do mercado em investir em iniciativas sustentáveis é uma tendência que deve se intensificar ainda mais no futuro
Por Ricardo Casarin
Investimentos em ativos em geração renovavel oferecem retorno financeiro maior que fontes fósseis no longo prazo, afirmou o diretor-presidente da Engie Brasil Energia, Eduardo Sattamini. A fala foi feita durante webinar promovido pela MegaWhat em que se discutiu governança social e ambiental no mercado de energia. “Os ativos renováveis, no longo prazo, darão retorno maior do que os fósseis. O investidor quer retorno financeiro, mas com responsabilidade, para haver sustentabilidade no negócio. É uma equação de risco e retorno”, declarou o executivo.
Ele destacou que a redução do financiamento para empreendimentos de geração fóssil já está ocorrendo, mas deve ser feito de maneira gradual e responsável. “É uma saída paulatina, o banco não deixa de financiar usinas que já existem. Há um impacto social muito grande, existe toda uma economia que gira em torno de uma planta térmica. Se uma usina é fechada, causa um impacto imediato em empregos. É preciso criar oportunidades para essas pessoas encontrarem outras atividades, ou vai ocorrer um caos nessa região”, completou.
Sattamini assinalou que o interesse do mercado em investir em ativos sustentáveis é uma tendência que deve se intensificar ainda mais no futuro. “É um fator efetivo de competitividade das empresas. As mais importantes já adotam essas práticas. Não tem como voltar ao passado, não é uma moda. É algo que já existe há muito tempo, só está sendo mais enfatizado.”
No mesmo evento, o sócio-fundador da Perfin, fundo de investimentos especializado em infraestrutura e energia, Ralph Rosenberg, explicou que as renováveis se mostram uma opção de investimento mais segura em análise risco e retorno. “Não fazemos só uma análise quantitativa, mas também qualitativa. Atualmente é muito dificil conseguir financiar um investimento em uma térmica. Não é só uma questão de retorno, mas de risco associado.”
“Os riscos levam em conta fatores de governança, ambiental e social. Hoje o retorno menor exigido em um investimento em solar e eólica está relacionado a um impacto ambiental e um custo de dívida menores. Se eu tiver R$ 1 bilhão para investir, eu escolho uma solar ou uma eólica antes de uma térmica. A relação risco e retorno é mais vantajosa. Além disso, os custos das tecnologias estão caindo, por exemplo das baterias de armazenamento”, completou.
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