Objetivo do projeto da ONG Pimp My Carroça é levar melhores condições de trabalho e mobilidade aos catadores de materiais recicláveis no Estado de São Paulo
Os catadores de materiais recicláveis no Estado em São Paulo terão carroças motorizadas equipadas com um gerador de energia solar para carregar aparelhos celulares e até uma caixa de som. O projeto “Carroças do Futuro” é da ONG Pimp My Carroça, que busca desenvolver modelos de carroças e triciclos motorizados para esses trabalhadores, deixando de lado as velhas carroças ou carrinhos puxados pela força humana.
Uma pesquisa da ONG identificou que esses trabalhadores chegam a carregar até 300 quilos de materiais, em jornadas de até 12 horas, todos os dias. Ainda segundo a Organização, os novos veículos motorizados reduziriam o trabalho braçal. O motor elétrico usado nas carroças e triciclos pode ser recarregado em tomadas comuns e tem entre seis e oito horas de duração. A estimativa é que cada catador gaste entre R$ 10 e R$ 12 por mês para carregar o motor.
A velocidade das carroças pode chegar a 5 km/h e os triciclos, a 40 km/h, trazendo mais facilidade ao catador. Segundo a ONG, o veículo maior é indicado para as grandes cidades, devido aos terrenos irregulares dos grandes centros, enquanto os triciclos se adaptam melhor a municípios com menos alterações de relevo, mais planos.
Além do gerador de energia solar para carregar aparelhos celulares, os veículos também serão equipados com uma caixa de som. Tanto as carroças elétricas quanto os triciclos possuem itens de segurança como pisca alerta, faróis, retrovisores e buzina.
A ONG já doou três veículos que começaram a circular como teste. Em setembro, dois catadores da capital paulista e a cooperativa de catadores Cooperben, localizada em Guarujá, no litoral de São Paulo, receberam triciclos elétricos.
Antes de produzi-los em larga escala, representantes do projeto estão monitorando os testes para ver a funcionalidade dos triciclos e analisar quais aprimoramentos eles precisam.
Adriane Andrade, coordenadora do projeto, explica que nessa primeira etapa, os catadores relataram que os veículos contribuem para um menor esforço físico na realização das atividades de coleta e agilidade no tempo de trabalho. “Segundo ele, o modelo atual dos triciclos, apesar de ajudar no trabalho, possui capacidade de carga menor do que carregam atualmente, que é de 400kg em média, e os triciclos suportam apenas 180kg”, conta.
A carroça elétrica também está em teste por catadores. O primeiro protótipo foi criado em parceria com o IPT – Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo. “As carroças elétricas terão capacidade de carga entre 400 a 500kg, suportando um peso maior. O primeiro modelo testado por catadores está passando por ajustes”, detalha Adriane.
Segundo a ONG, o objetivo é começar a produzir os veículos em larga escala no próximo ano. “Também estamos preparando um plano de negócios para dar escalabilidade. Para 2021, a meta é estabelecer parceria com mais investidores para ampliarmos o projeto e conseguirmos impactar de maneira positiva nas condições de trabalho, renda e qualidade de vida de um número maior de catadores”, finaliza.
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