Estudo foi feito pelo Atlas Eólico e Solar em parceria com a Fundação das Indústrias do Estado do Ceará
Abençoado pelo Sol e altas temperaturas, o Ceará é um dos estados com maior potencial de geração de energia limpa do Brasil. A avaliação da Atlas Eólico e Solar do Estado, divulgada pelo Governo do Estado, em parceria com a Fundação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), identificou que o estado cearense tem capacidade de produzir 1,363 TWh/ano, o que representa duas vezes a atual oferta interna bruta de eletricidade em 2018 no País, que bateu 636,4 TWh.
O estudo enfatiza que, se fossem contemplados apenas 10% do potencial de energia solar, representaria 30 vezes a capacidade instalada fotovoltaica centralizada do país. Hoje, a produção de energia solar no país totaliza 2,2 GW. No caso da eólica, se 10% de todo o potencial eólico fosse aproveitado, o estado dobraria sua capacidade instalada em quatro vezes – atualmente está em 2 GW.
De acordo com o documento, para que toda a capacidade do estado seja absorvida é preciso levar em conta a dependência de outros aspectos, como limitações econômicas, tecnológicas e de infraestrutura estadual e federal, tornando, portanto, pouco provável seu pleno desenvolvimento.
Mesmo com toda disponibilidade e independência das fontes solar e eólica, o estudo reforça que o desenvolvimento isolado dessas fontes não seria suficiente para suprir a demanda instantânea, devido à instabilidade e imprevisibilidade do fornecimento. O ideal seria a troca energética com outros estados, através do Sistema Interligado Nacional (SIN).
Segundo a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), o Brasil possui atualmente 2,2 GW de potência instalada operacional em usinas solares fotovoltaicas de grande porte, o equivalente a 1,3% da matriz elétrica do País. Estas usinas solares fotovoltaicas operam em nove estados brasileiros, nas regiões Nordeste, Sudeste e Norte do País, com destaque para Bahia, Minas Gerais, Ceará, Piauí e São Paulo.
Hoje, o país conta com 73 projetos de geração centralizada solar fotovoltaica em operação, contratados por meio de leilões de energia elétrica do Governo Federal. Mas a fonte solar fotovoltaica tem se tornado cada vez mais competitiva e estratégica ao Brasil. Por isso, deverá assumir maior protagonismo no planejamento da expansão da capacidade de geração da matriz elétrica brasileira, como uma das principais soluções para a redução do preço da energia elétrica e para o crescimento econômico em território nacional.
Até 2023, a previsão da ABSOLAR é que os investimentos privados em grandes usinas solares fotovoltaicas no Brasil ultrapassem R$ 23,2 bilhões. A região Nordeste, em especial, possui alto índice de irradiação solar, favorecendo a atratividade para o desenvolvimento de novos projetos solares fotovoltaicos de pequeno, médio e grande portes.
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