De acordo com a empresa, os painéis fotovoltaicos acionam as bombas de óleo no campo de petróleo de capacidade de 7.981 barris por dia
A Chevron, com sede nos Estados Unidos e uma das grandes empresas mundiais do ramo energético, especialmente petrolífero, passa a utilizar painéis solares para acionar as bombas de óleo no campo de petróleo. Cerca de 7.981 barris por dia são acionados, e esta foi a maneira que a empresa achou para utilizar um dos programas de energia limpa.
A instalação, que produz de 29 megawatts, de propriedade da Solar Star Lost Hills – controlada pela Goldman Sachs Renewable Power- foi projetada para fornecer ao campo 80% de sua eletricidade, o que equivaleria a tirar mais de 4 mil carros das ruas. Em troca, a Chevron receberá os chamados créditos padrão de combustível de baixo carbono, no valor de cerca de US$ 4 milhões por ano, a preços atuais.
“Uma das maiores despesas operacionais do campo de Lost Hills é a eletricidade’, afirma Veronica Flores-Paniagua, porta-voz da Chevron, explicando ainda que ter a energia solar será um fator importante para ajudar a manter esses custos baixos e manter a vida útil planejada do poço de petróleo.
Para Telisa Toliver, gerente geral de energia renovável da Chevron Pipeline & Power, após a instalação dos painéis solares, os custos de energia renovável caíram “substancialmente” ao longo do tempo, tornando sua aplicação nos campos de petróleo mais econômica. A executiva chegou a afirmar que este modelo de negócio deve ser replicado pela empresa.
Segundo Brian Nowicki, diretor de política climática da Califórnia no Center for Biological Diversity, a empresa deveria colocar painéis solares ao lado de mais painéis solares, em vez de ser ao lado de plataformas de petróleo. “É assim que começamos a realmente fazer a transição para uma energia mais limpa”, ressaltou. O sistema da Chevron é um dos três projetos solares para campos de petróleo aprovados para créditos de carbono na Califórnia desde o início de junho.
Apesar desta visão de Nowicki, o projeto Lost Hills – o maior poço de petróleo movido a energia solar da Chevron – marca uma reviravolta incomum no destino do programa padrão de combustível de baixo carbono de uma década do estado. O plano, projetado para reduzir as emissões poluentes em 20% até 2030, tem sido usado principalmente para substituir gasolina e diesel com etanol e biodiesel em veículos.
Mas está começando a beneficiar também as empresas locais de petróleo, algo que, segundo ambientalistas, subverte a intenção original do projeto. Empresas como Grade Water & Power LLC., E&B Natural Resources Management Corp. e Rotterdam Ventures Inc. estão se beneficiando de uma provisão que foi adicionada ao programa em seus primeiros anos, permitindo que exploradoras de petróleo se qualifiquem para obter créditos por meio dos chamados “métodos inovadores de produção de petróleo bruto”, como captura ou armazenamento solar.
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