Brasil, Chile, México e Colômbia contarão com mais de 3 mil ônibus elétricos disponibilizados por meio desses investimentos
Um acordo realizado entre fabricantes de ônibus e 17 investidores visa garantir financiamento e novos produtos para ampliar a frota de ônibus elétricos na América Latina ao longo dos próximos 12 meses.
Cidades do Brasil, Chile, México e Colômbia serão abarcadas por essa aliança, chamada Aliança Zebra (Zero Emission Bus Rapid-deployment Accelerator), a qual prevê a conquista de US$ 1 bilhão em investimentos. Estes buscam viabilizar mais de 3 mil ônibus elétricos nos países mencionados. Além disso, projetos de ônibus zero emissões contarão com fundos de investimento realizados por financiadores.
A Aliança consiste em uma colaboração protagonizada pelo Conselho Internacional de Transporte Limpo (ICCT) e pela rede C40 Cities, com financiamento da P4G. Diversas distribuidoras e fabricantes de veículos estão integradas no acordo, como a Andes Motor, Foton, BYD, Sunwin, Higer, Vivipra and Yutong, CreattiEV SAS, o financiador BNDES, o banco de desenvolvimento brasileiro, além dos investidores ARC Global Fund, AMP Capital, Ashmore Management Company, Ascendal, EDP Brasil, John Laing, Enel X e NEoT.
Um porta-voz da C40, Thomas Maltese, ressaltou a ação das cidades em possibilitar a não emissão por parte das frotas de transporte público. “Os compromissos anunciados irão ajudar a atender à demanda das autoridades e operadores de ônibus, superando duas das principais barreiras para a implantação de ônibus com zero emissões: a oferta limitada de veículos e a falta de investimentos”.
“A Aliança ZEBRA irá garantir que a região tenha cidades mais limpas e saudáveis, sejam gerados novos empregos sustentáveis e que seja acelerada a adoção de soluções equilibradas para a crise climática”, acrescentou Maltese.
Segundo a coalizão, a América Latina possui mais de 1.900 mil ônibus elétricos. No entanto, esse número ainda representa menos de 1% do valor total da frota de ônibus da região. Assim, torna-se evidente a necessidade dessa mudança e a relevância dos projetos reconhecidos por investidores e fabricantes.
A Zebra resguarda que, após certo tempo, os gastos de manutenção e operação de ônibus elétricos são consideravelmente menores do que os de automóveis os quais utilizam combustíveis fósseis. O operador privado Metbus, em Santiago, observou que, em relação a sua frota de mais de 400 ônibus elétricos, os custos operacionais são 70% menores do que os de veículos movidos a diesel. Os gastos com manutenção também são mais baixos, contando com uma porcentagem de 37%.
Ray Minjares, do ICCT, aponta suas perspectivas para os projetos. “Os compromissos de hoje representam uma nova direção para o transporte público na América Latina. A partir do momento em que se estabelece esta nova confiança de que o mercado está pronto para fornecer ônibus zero emissões, eu acredito que as autoridades públicas irão achar mais simples seguir essa via para todos os futuros programas de renovação de frotas”.
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