Grupo vai criar uma plataforma para troca de contatos e transferência de conhecimento
Andrea Vialli
Na Alemanha, as tecnologias híbridas de geração de energia a partir de fontes renováveis (solar, eólica) com armazenamento por meio de baterias já geram 1 GW, em 120 mil sistemas instalados em todo o país. Com base nesse know-how, um grupo de quatro empresas alemãs formou no Brasil o consórcio Smart Hybrid, que tem o objetivo de disponibilizar as tecnologias para o mercado brasileiro e criar uma plataforma para troca de contatos e transferência de conhecimento.
O consórcio, oficializado em conferência realizada pela Câmara Brasil-Alemanha, reúne as empresas Skytron (especialista em softwares para monitoramento e análise de desempenho em plantas de energia), Bejulo (sistemas fotovoltaicos), Tesvolt (sistemas de armazenamento com base em baterias de íons de lítio) e REA Consult (viabilização de investimentos e gestão de transações financeiras em energia renovável).
De acordo com Annika Eidt, diretora de Operações e Projetos da Bejulo, o consórcio tem como meta auxiliar empreendedores brasileiros que queiram estruturar projetos de sistemas híbridos desde a concepção até o financiamento. “O consórcio não tem o objetivo de financiar projetos, mas a ideia é auxiliar as empresas brasileiras a estruturar os primeiros pilotos de modo que eles sejam viáveis para o mercado”, diz.
No Brasil, os sistemas híbridos estão presentes em iniciativas pontuais, como no arquipélago de Fernando de Noronha, onde um projeto de P&D do grupo Neoenergia combina painéis fotovoltaicos com baterias, que já fornecem cerca de 20% da energia consumida localmente. Como as tecnologias híbridas viabilizam o estoque de energia gerado por sistemas que combinam a fonte solar e eólica, elas podem atender à demanda por energia em regiões isoladas e, uma vez conectadas à rede, são uma alternativa à energia das termelétricas nos horários de pico.
O Brasil ainda não tem regras para conectar o armazenamento à rede, mas essa é uma discussão que precisa começar, na avaliação de Markus Vlasitis, coordenador do Grupo de Trabalho de Armazenamento da Associação Brasileira de Energia Solar (ABSOLAR). “Para que o tema avance, é preciso desobstruir entraves regulatórios e tributários. A carga tributária que incide sobre as baterias para armazenamento é da ordem de 80%”, diz.
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