Empresa anunciou a saída do segmento de geração distribuída para clientes residenciais
A Empresa CPFL acaba de anunciar a saída do mercado de geração distribuída (GD) solar para clientes residências, pouco mais de três anos após o lançamento da marca Envo, o primeiro movimento de uma grande empresa do setor elétrico no segmento para tais clientes residenciais. O foco agora será o mercado de GD para grandes consumidores.
A decisão foi tomada logo após a companhia analisar que o mercado está com uma grande competição por preços com outras empresas instaladoras de painéis solares.
A marca foi lançada em 2017, após ter notado o crescimento deste mercado no Brasil. De início, a empresa focou a atuação na região metropolitana de Campinas, sede do Grupo, e região de Jundiaí, expandido no ano passado para as regiões de São Carlos e Ribeirão Preto.
Em 2018, a empresa já tinha mais de 250 clientes. Na época, isso representava 0,4% do número total de unidades consumidoras com GD no Brasil à época (57,8 mil clientes) – hoje, os dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) apontam que o mercado total subiu para 239,1 mil unidades com GD solar.
Dados da Aneel apontam que o mercado de GD solar no Brasil segue em franco crescimento, mesmo com as incertezas da nova regulamentação e da pandemia do novo coronavírus. Entre janeiro e maio de 2020, 62,334 mil novos consumidores passaram a ter painéis fotovoltaicos em suas instalações. Esse número representa um expressivo crescimento de 97,2% em relação aos 31,607 mil novos clientes em igual período em 2019.
O último grande investimento da Envo foi a inauguração de uma fazenda solar na cidade de Americana (SP), com 1,12 MW de capacidade instalada. Esse foi o primeiro projeto de geração compartilhada do Grupo CPFL, funcionando como um consórcio entre clientes parceiros e a companhia. Com o fim da marca Envo e saída do mercado de GD residencial, todos os clientes existentes da antiga empresa serão atendidos pela CPFL Soluções.
No mercado de GD para grandes clientes, a CPFL Soluções tem como projetos uma fazenda solar em Uberlândia (MG), fornecendo energia para 280 estações da Algar Telecom, e um projeto solar no Centro de Abastecimento do Estado da Guanabara (CADEG), no Rio de Janeiro, entre outros.
Por meio de um comunicado, a empresa comentou que todos os serviços e a carteira de clientes (da Envo) passam a ser CPFL Soluções que focará, exclusivamente, em empresas de médio e grande portes, para torná-las cada vez mais competitivas e sustentáveis.
Com isso, o “Grupo CPFL Energia unifica suas forças comerciais e áreas técnicas para oferecer um portfólio de produtos e serviços que conta com soluções para comercialização e gestão de energia, eficiência energética, geração distribuída e infraestrutura energética para clientes B2B”.
Atualmente, a resolução nº 482/12 está em processo de revisão, e, no ano passado, a Aneel chegou a apresentar uma proposta que retirava boa parte dos incentivos para os investimentos em novas instalações – hoje, os usuários de GD não pagam pelo uso da rede de distribuição, o que passaria a ser cobrado com a sugestão do regulador. O tema causou enorme reação negativa na cadeia da energia solar, e o tema parou no Congresso Nacional, onde se discute uma lei sobre o tema.
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