Para a organização, trata-se de um momento para criar uma política industrial robusta no continente
De São Paulo
Um dos muitos efeitos da pandemia de coronavírus foi lançar dúvidas quanto a continuidade do crescimento da energia solar na Europa. Para a Enel Green Power, a crise oferece uma oportunidade de impulsionar a demanda por fontes renováveis e criar uma política industrial robusta no continente. “Acreditamos que esse deveria ser o resultado dessa crise, a Comissão Europeia apoiando um Green Deal talvez ainda mais agressivo do que aquele que estava sendo discutido anteriormente”, declarou o diretor da Europa da Enel Green Power, Aristotelis Chantavas, durante um webinar promovido pela entidade SolarPower Europe.
Ele avalia que a indústria estava tendo problemas antes mesmo do COVID-19. “Havia muitos investidores dispostos, mas também muitos obstáculos que tornavam proibitivos novos e rápidos aportes. Tópicos como permissões, integrações, interconexões de rede… para pequenos e médios investidores essas barreiras podem ser gigantescas.”
Chantavas conta que a companhia está monitorando qualquer potencial atraso nos planos de investimentos. “Estamos vendo quais serão os impactos no que estava planejado para 2020. Esperamos que não seja nada significante. O que pode acontecer é o adiamento em alguns meses de projetos em países seriamente afetados pela pandemia. Há uma possibilidade de queda de demanda, já é visível em vários países.”
O executivo explica que recentes investimentos em digitalização permitiram o controle remoto da maior parte dos ativos do grupo. “Isso levou a uma resposta muito rápida para colocar 36 mil pessoas trabalhando remotamente. Não identificamos muitos problemas nesse processo.”
“Paralelamente, promovemos vários testes em nossas redes e usinas, o que preparou nosso pessoal para os piores cenários. Em relação aos funcionários das áreas de construção e manutenção, nos rapidamente procuramos grandes quantidades de equipamentos de proteção. Também organizamos equipes reduzidas e aumentamos a distância social redefinindo os turnos de trabalho. Além disso, treinamos equipes reservas para o caso de emergência e analisamos o histórico de contato dos funcionários das plantas para garantir que ninguém iria espalhar o vírus.”
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