Segundo análise da Clean Energy Latin America, dólar mais caro significa neste momento que o capex dos projetos está maior
A desvalorização do real em relação ao dólar tem gerado certa preocupação no mercado de energia solar fotovoltaica no País, segundo análise da consultoria Clean Energy Latin America (CELA) “o dólar mais caro significa neste momento que o capex dos projetos está maior, uma vez que grande parte dos equipamentos utilizados no País são importados e aqueles que são fabricados localmente possuem insumos originários do exterior”, explica a diretora geral da CELA, Camila Ramos.
Segundo a analista, o dólar tem operado em máximas recordes nas últimas semanas, em meio a tensões no mercado petróleo e surto de coronavírus. “Porém, em uma análise de mais longo prazo, o mercado internacional tem apresentado reduções recorrentes no custo dos equipamentos ao mesmo tempo em que há um aumento significativo de eficiência, o que têm levado a capex cada vez menores no setor”, destaca.
Em relação às discussões sobre a revisão da Resolução 484 da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e à proposta do Projeto de Lei do deputado Lafayette de Andrade (Republicanos-MG), que tratam da regulação da geração distribuída (GD) no Brasil, a diretora da CELA espera que a solução encontrada seja técnica. “É importante que se valorize todos os benefícios que a GD traz para a sociedade e para o setor elétrico brasileiro e não apenas os custos. É uma opção de geração de energia limpa, sustentável e competitiva quando perto do local do consumo. Ela não deve ser prejudicada e sim incentivada”, ressalta.
Camila destaca que o forte crescimento do mercado de energia solar em 2019, foi bastante influenciado pela GD. “De 2,4 GW de capacidade instalada em 2018 foi para 4,5 GW em 2019. O crescimento foi mais forte no segmento de geração distribuída, onde 331 novos projetos são instalados por dia. Somente no ano passado, estimamos R$ 9,4 bilhões em investimentos em novos projetos solares (GC e GD juntas). Para 2020, devem ser ainda maiores, com o crescimento dos aportes na geração centralizada e geração distribuída.”
Comments