Segundo a consultora Camila Ramos, no cenário de leilões mais escassos, o Ambiente de Contratação Livre (ACL) se transformou em uma grande oportunidade para o setor fotovoltaico
Por Ricardo Casarin
Com a paralisação dos leilões de energia do mercado regulado, organizados pelo governo federal, o mercado livre transformou-se em uma grande oportunidade para o setor de energia solar, impulsionado pela demanda de empresas por geração renovável e limpa, avaliou a diretora da CELA, Camila Ramos, durante episódio do programa ABSOLAR Inside.
“No cenário de leilões mais escassos, o mercado livre se transformou em uma grande oportunidade. O driver disso tem sido a demanda por energia limpa e renovável, dentro dos preceitos da ESG”, explicou a especialista, se referindo a sigla em inglês para Governança Ambiental, Social e Corporativa, os três fatores utilizados na medição da sustentabilidade e do impacto social de um investimento.
Camila aponta que essa tendência é global e está sendo seguida no Brasil. “De acordo com a IRENA (Agência Internacional de Energia Renovável), os agentes que podem comprar energia no mercado livre representam dois terços do consumo de energia mundo, é um grande potencial de mercado.”
“Em 2019, esses acordos bilaterais com corporações no mercado livre global representaram quase 20 GW, de acordo com a Bloomberg. Só no primeiro semestre de 2020, foram quase 9 GW contratados. Aqui no Brasil, seguimos essa tendência global”, assinalou a especialista.
“A instituições financeiras estão se adaptando a essa nova realidade, inclusive com elas próprias tendo essas mesmas demandas, algumas delas aderindo a 100% de energia renovável. O mais interessante é que no Brasil essa movimentação tem sido impulsionada pela competitividade das fontes renováveis”, disse Camila.
Ela citou um estudo recentemente feito pela CELA que analisou 86 acordos de compra de energia no Brasil e identificou algumas mudanças no mercado. “Os prazos dos contratos estão mais longos, entre 10 a 15 anos, o que é muito importante para as instituições financeiras. Financiar um projeto de curto prazo é mais complexo que um de longo prazo.”
“O perfil do consumidor também está mudando. Antes eram predominantemente as concessionárias e agora esse perfil é mais de consumidor final. Isso também é importante para o financiamento, permitindo que a instituição avalie o risco desse consumidor específico.”
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