Estado vive um crescimento exponencial na instalação de usinas fotovoltaicas há cerca de 4 anos, sendo referência para o resto do país
O Secretário Estadual de Mineração, Petróleo e Energias Renováveis do Piauí – Seminper, deputado estadual Wilson Brandão (Progressistas), se reuniu na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), no dia 6 de março, para discutir as perspectivas no Brasil na região Nordeste, com relação às energias solar e eólica.
Segundo o deputado, o estado recebeu diversos investimentos no setor e prepara-se para receber novas usinas em breve. Ele também tratou da gestão da Equatorial (distribuidora de energia local) com relação à geração distribuída. “Hoje, o Piauí tem quase 3 mil unidades consumidores com geração distribuída, aquela em que a energia solar é produzida na própria residência ou comercio”, explicou.
O Piauí vive um crescimento exponencial na instalação de usinas fotovoltaicas, há cerca de 4 anos, sendo referência para o resto do país. Segundo a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), o estado já pode ser considerado primeiro no ranking nacional, levando em consideração a potência instalada, incluindo operação, construção e os leilões. De acordo com os dados, a potência instalada no Piauí chega a 989,9 MW. Em segundo lugar vem o Ceará com 829,1 MW e a Bahia em terceiro, com 776,8 MW.
Segundo dados da Seminper, o estado abriga hoje o maior parque solar da América do Sul, o Nova Olinda, localizado no município de Ribeira, a 377 quilômetros da capital, Teresina. Junto a mais dois parques nas cidades de João Costa e São João são produzidos 270 megawatts.
Em operação há dois anos, a usina Nova Olinda foi construída com investimento de U$ 300 milhões pela empresa Enel Green Power no Brasil, gerando 1.700 empregos, sendo grande parte mão de obra da região. A grandiosidade da usina resume-se a 930 mil painéis solares em uma área de 690 hectares, com capacidade instalada de 292 megawatts, podendo produzir mais de 600 GWh por ano, o que daria para iluminar 300 mil casas.
Em junho de 2019, o Nova Olinda foi vendido para a companhia chinesa CGN Energy, como parte dos planos da Enel de aumentar e acelerar a criação de valor, para a EGP investir em novos projetos. No acordo, a EGP permanece nas atividades de operação e manutenção dos ativos vendidos.
“Além de oferecer condições naturais para o desenvolvimento desse tipo de projeto, o estado do Piauí possui um bom ambiente de negócios, graças ao esforço das autoridades para o crescimento da região”, afirma Roberta Bonomi, responsável pela Enel Green Power no Brasil.
A nova aposta no estado é na maior usina fotovoltaica em construção na América do Sul, localizada no município de São Gonçalo do Gurgueia, a 820 quilômetros ao Sul de Teresina, que terá capacidade para produzir 608 megawatts. A chegada do empreendimento movimentou 4.400 cadastros no Sistema Nacional de Emprego (Sine) do estado. Para se ter uma ideia do tamanho deste novo parque, a capacidade brasileira em março deste ano era de 2064 megawatts e só essa nova usina em São Gonçalo vai produzir 465 megawatts.
Segundo Roberta, os empreendimentos da Enel Green Power no Piauí já possibilitaram a geração de cerca de 7 mil empregos diretos, envolvendo ainda a capacitação de mão de obra dos próprios moradores da região para a implementação das usinas. No estado, a empresa realiza capacitações para moradores locais por meio dos cursos de montagem de seguidor solar e mecânica básica, beneficiando 630 pessoas. E os planos da EGP é continuar investindo forte na região.
Dados do Caderno ODS 7 – O que mostra o retrato do Brasil? do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) apontam que, em dois anos, cerca de 41 mil novas usinas de energia solar foram instaladas no Brasil. Em relação à matriz energética nacional, o percentual saiu de 0,1% em 2016 para 1,4% em 2018. Um crescimento dez vezes maior.
O pesquisador de energias renováveis e de petróleo e gás do Ipea e autor do Caderno ODS 7, José Mauro de Morais, afirma que, em setembro de 2019, o crescimento da energia solar em todo o país passou para 2,1%.
“A energia solar cresceu tanto na geração distribuída (em casas, comércios e fábricas), como nas grandes usinas – o que chamamos de geração centralizada”, finalizou.
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