Entretanto, para o diretor geral da JA Solar, Claudio Loureiro, principais companhias têm aumentado a escala e o custo marginal do produto tende a cair
Por Ricardo Casarin
O cenário cambial será um fator decisivo para que a tendência de redução de preços nos equipamentos fotovoltaicos se concretize no Brasil no segundo semestre, avalia o diretor geral da JA Solar, Claudio Loureiro. Ele aponta que, enquanto fatores de oferta e demanda no mercado global impulsionam um reajuste por parte das grandes fabricantes chinesas, o mercado solar brasileiro também tem como variável o patamar da valorização do dólar em relação ao real.
“Não posso ser categórico, mas a tendência é de redução de preço no segundo semestre, dependendo do câmbio e de outros fatores. Pode haver um alinhamento entre as condições do cenário global e do mercado brasileiro”, declarou o executivo.
Ele explica que a demanda global apresentou queda em função da pandemia de coronavírus. “É uma lei econômica básica. O mundo todo está comprando menos e, consequentemente, o preço é reduzido para manter a produção girando. É o fator COVID.”
Outro cenário, é o impacto da expansão de capacidade produtiva das grandes fabricantes sobre a oferta. “As principais companhias estão aumentando a escala e o custo marginal do produto tende a cair. Isso está ocorrendo esse ano. Ambos os fatores direcionam para uma redução de preços nos equipamentos”, argumenta Loureiro.
“No Brasil, existem mais um complicador, que é o câmbio. Por mais que caia o valor do equipamento, se a percepção do risco do país aumenta e a moeda desvaloriza, acaba por influenciar a própria demanda.”
O executivo acredita que o atual cenário pode gerar uma tendência de consolidação entre as grandes fabricantes chinesas. “E também em função da tecnologia. O painel policristalino tem limitações e muitas empresas não vão ter condições de acompanhar o avanço da concorrência. A evolução vai se dar no monocristalino.”
Ele expressa que o Brasil passa por um período de transição dessas tecnologias. “Os dados de mercado mostram que em 2020, a maior parte dos equipamentos que entraram no país ainda são policristalinos. Mas já há uma demanda que essa tecnologia não atende. Entendo que o segundo semestre vai ser mais ajustado a essa tendência em direção ao monocristalino, onde a indústria vai se concentrar nos próximos anos.”
Commentaires