Segundo estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) com mais de 2 mil empreendimentos comerciais na cidade de São Paulo, edifícios sustentáveis têm uma reavaliação entre 4% e 8% por metro quadrado de aluguel
Os edifícios sustentáveis são cada vez mais comuns em novas construções brasileiras. E, de acordo com estudo realizado por dois pesquisadores da Fundação Getúlio Vargas (FGV), analisando mais de 2 mil prédios comerciais na cidade de São Paulo, esses edifícios têm uma reavaliação entre 4% e 8% por metro quadrado de aluguel. A taxa de vacância é de 28,6%, em comparação com 34,1% dos edifícios sem certificação verde.
Um dos requisitos dos edifícios sustentáveis é contar com sistema de painéis fotovoltaicos para a geração de energia solar. Além de ser limpa e renovável, a energia gerada pela fonte reduz significativamente os custos do condomínio com eletricidade. Dados da GBC Brasil apontam que os edifícios “verdes” têm taxas de condomínio de 15% a 25% menores do que os cobrados em edifícios convencionais.
O Leadership in Energy and Environmental Design (Leed) é o “rótulo verde” mais reconhecido do mundo para a construção da sustentabilidade. No Brasil, desde 2007, o órgão de certificação é o GBC Brasil (Green Building Council), que já acumulou 1.400 inscrições e emitiu 552 certificados LEED nas áreas de comércio, indústria e serviços. A organização também emite três outras certificações internacionais: GBC Casa; Condomínio GBC; e GBC Brasil Zero Energy, ferramenta que visa alcançar o equilíbrio entre consumo e geração de energia.
Segundo a Engie, referência entre prestadores de serviços do segmento, com 2,5 mil clientes em todas as regiões do país, muitas construções com instalações de sistemas fotovoltaicos realizadas pela companhia em todo o país têm a certificação verde.
Um exemplo é a Dimas Volvo, prestes a obter o Leed, que será a primeira concessionaria, em Florianópolis, com a certificação. A empresa instalou sistema fotovoltaico na sua loja, pela subsidiária local da companhia francesa Engie, com capacidade de 34,56 kWp.
Já em Palhoça, cidade próxima de Florianópolis, a Pedra Branca Empreendimentos transformou uma fazenda familiar de 250 hectares, em um bairro planejado com o conceito de cidade criativa: a Cidade Universitária de Pedra Branca. A empresa também investiu R$ 130 mil, no final de 2016, em um sistema fotovoltaico instalado no topo do edifício que foi alugado aos Escritórios da Átrio, condomínio com 213 salas de compras e lojas. O equipamento com 31 kWp e distribuído em 99 módulos fotovoltaicos, gerando cerca de 38 mil kWh por ano.
Em Itajubá, Minas Gerais, foi inaugurado há um ano, o Cinema A do município, considerado o primeiro cinema brasileiro a obter o LEED. A construção contempla desde o uso de chuva e iluminação natural até detalhes como filtração da água utilizada na obra. O sistema tem uma potência de 123,75 kWp, e abastece mais da metade da energia consumida, gerando uma economia de quase R$ 150.000 (US$ 37.000) no primeiro ano de operação.
Por fim, em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, a primeira casa sustentável recebeu sua certificação em junho de 2019. A residência atende a diversas exigências do GBC Brasil, como o manejo da drenagem de águas pluviais, torneiras controladas pelo fluxo, paisagismo com espécies nativas, painéis de aquecimento solar e o uso de madeira certificada e medidor de dióxido de carbono.
O sistema tem capacidade de 2,16 kWp e uma geração média mensal de 273 kWh, garantindo uma economia entre 40% e 50% na conta de energia e um retorno sobre o investimento de até sete anos.
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