Investimento será de R$ 4 bilhões em projeto que contemplará 15 empreendimentos para a geração de energia fotovoltaica
Por Cristiane Pinheiro
A Eletrobras Furnas, empresa brasileira de economia mista subsidiária da Eletrobras, vinculada ao Ministério de Minas e Energia, atuando no segmento de geração e transmissão de energia em alta e extra-alta tensão, acaba de anunciar o investimento de R$ 4 bilhões para a contratação de energia solar por 15 anos. A decisão ocorreu após a participação da empresa em um leilão.
Ao todo serão 15 empreendimentos de energia fotovoltaico para comercialização a partir de 2024. No total, serão mil megawatts de potência instalada, distribuídos entre os estados da Bahia, do Ceará e da Paraíba.
Os empreendedores fizeram propostas para entregas nos submercados Sudeste/Centro-Oeste e Sul e Nordeste no período que vai de 2024 a 2038. Esse tipo de investimento é uma tendência no mercado de energia. A ideia a Eletrobras é fazer negócios com a revenda de energia e ajudar na expansão do setor elétrico, mesmo sem participar diretamente da construção de novos empreendimentos. Todo o processo foi possível devido ao Ambiente de Contratação Livre (ACL).
De acordo com Wilson Ferreira Junior, presidente da Eletrobras, o aumento da participação da energia solar e eólica na matriz elétrica é um fenômeno mundial. “No Brasil, que tem uma das matrizes mais limpas do mundo, não pode ser diferente, pois ainda temos muito potencial a desenvolver”, afirmou, acrescentando que as empresas Eletrobras, com 96% da sua geração baseados na energia limpa, são importantes impulsionadoras da economia de baixo carbono.
Em maio, Furnas teve a a primeira usina solar energizada, das três que estão sendo construídas, sendo a primeira planta solar da estatal estreando na modalidade de geração distribuída.
Todas as usinas estão localizadas próximas à UHE Anta, localizada no rio Paraíba do Sul, divisa entre os estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais. Com potência total de 1,2 MWp cada, totalizando 3,6 MWp, é uma quantidade suficiente para abastecer para 3.600 residências. Além desse fator, podem trazer uma redução de cerca de 40% nos gastos anuais com eletricidade no Rio de Janeiro.
A ideia da empresa é explorar tudo que está à volta das áreas adjacentes e espelhos dos reservatórios das UHEs com a implementação de parques solares. Além de Anta, outras usinas estão sendo construídas: em UHE Itumbiara (MG/GO) e na Usina Termelétrica (UTE) de Campos (RJ). O projeto será ampliado para compensar toda a energia consumida por Furnas em suas instalações.
Além de projetos nessas cidades, a companhia está estudando a fazendo medições solarimétricas para projetos de geração fotovoltaica em áreas contíguas às usinas de Batalha (MG/GO), Estreito (MG/SP), Marimbondo (MG/SP) e Corumbá I (GO).
Todas juntas devem gerar uma potência instalada de 180 MWp, e os projetos devem ser realizados em áreas remanescentes dos empreendimentos e no espelho d´água dos reservatórios, para a venda de energia, seja no ambiente regulado, seja no mercado livre. Essa ação será benéfica, uma vez que a geração solar complementar, quando instalada em locais próximos às usinas existentes, aproveita a estrutura de transmissão já em operação, reduzindo custos.
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