Análise foi apresentada durante o GreenerTalks, oitavo podcast realizado pela consultoria Greener, que contou com representantes da EPE e Casa dos Ventos
O desenvolvimento de usinas híbridas no Brasil, com a combinação de diferentes fontes, como solar, eólica, hidro, biomassa e baterias, bem como os desafios e as oportunidades existentes para a criação de um ambiente regulatório sadio para todos no setor foram os principais assuntos tratados durante o GreenerTalks, oitavo podcast realizado pela consultoria Greener, que contou com a participação de representantes da EPE e Casa dos Ventos, sob comando de Marcio Takata, diretor da Greener. A principal conclusão foi que os empreendimentos de geração de energia híbrida ficam mais valorizados com a instalação de fontes limpas.
O tema não é novidade no setor, vem sendo discutido desde 2016, em função de potenciais arranjos de geração eólica e fotovoltaica, onde o vento tem maior força no período noturno, oferecendo boa complementaridade com a geração solar. “O caminho a ser traçado deve eliminar barreiras e trazer mais benefícios e inovação ao setor”, comentou Gustavo Ponte, representante da EPE, acrescentado que devem ser pensadas, também, as diferentes possibilidades de geração híbrida além de solar com eólica, como o uso de usinas solares flutuantes em reservatórios de usinas, dentre outras formas.
“Lembro que cada combinação traz desafios diferentes, o mais simples é o de permitir o compartilhamento do MUST entre empreendimentos”, alertou Ponte. Em resumo, a EPE trabalha com quatro arranjos diferentes de usinas, que guiam a formulação das políticas por parte da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel): usinas adjacentes, associadas, híbridas e portfólios comerciais.
O especialista diz ainda que, apesar de mais simples, ainda há riscos envolvendo a operação que devem ser devidamente regulamentados, como o fato de que, como o MUST é menor que a soma das capacidades das duas usinas, ele questiona qual procedimento deve ser adotado em caso de necessidade de cortes. “Outras questões importantes também para discutirmos são a alocação de riscos e como calcular a Garantia Física de alguns arranjos”, ressaltou.
Já para Francisco Habib, da Casa dos Ventos, a TUST é o principal custo operacional de UFVs (50%) e vai aumentar após fim de incentivos. “Desta forma, o compartilhamento de MUST pode reduzir significativamente os custos de operação das usinas e assim trazer maior modicidade tarifária aos consumidores”, comentou o especialista, lembrando que o ganho depende do grau de correlação entre as usinas.
“Em casos de correlação negativa, como os exemplos citado pelo Gustavo de ventos fortes durante a noite e forte insolação durante o dia, os ganhos são maximizados, otimizando o fator de capacidade e trazendo implicações futuras como postergação de investimentos na transmissão”, afirmou.
O armazenamento de energia em baterias foi outro tema abordado no podcast. “As baterias vão trazer uma energia mais firme e com maior segurança energética”, disse Habib, acrescentando que, com a constante redução dos preços das baterias, a tecnologia vai ficar cada vez mais presente em novos projetos de geração.
A Greener é uma empresa de pesquisa e consultoria especializada no setor de energia solar fotovoltaica. O objetivo é acelerar o processo de desenvolvimento de empresas e empreendimentos, contribuindo para uma cadeia mais eficiente e sustentável.
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