Levantamento da entidade mostra que, ao longo dos primeiros três meses de 2020, o valor anunciado de US$ 900 milhões para o estado superou todos da série histórica iniciada em 2016
Uma análise minuciosa do informativo “Investimentos Anunciados para Minas Gerais”, elaborada pela Fundação João Pinheiro (FJP), aponta que o segmento de geração de energia solar foi o que mais atraiu investimento estrangeiro para Minas Gerais no primeiro trimestre deste ano. No total foram anunciados no período US$ 900 milhões em investimentos no Estado, um valor superior ao verificado para o primeiro trimestre desde 2016, quando a pesquisa foi iniciada.
Embora a parcela do capital estrangeiro tenha representado apenas 22,6%, quase todo o investimento foi direcionado para projetos de energia solar (22,4%) pelo Chile. Desde o último trimestre de 2019, os investimentos de capital nacional predominaram no Estado, representando 77,4% dos investimentos anunciados. Desse montante, 89,2% foram aportados também no setor energético, incluindo as renováveis.
A coordenadora da coordenação de Análise de Insumo-produto e pesquisadora em Ciência e Tecnologia da FJP, Carla Aguilar, afirma que o resultado do primeiro trimestre no Estado foi positivo diante do cenário delicado que o País enfrenta. Ela ressalta que os investimentos estão voltados para ampliação e modernização das plantas e dos negócios já presentes no Estado.
Levando em consideração os aportes anunciados no primeiro trimestre (US$ 900 milhões), em 2019, os valores para Minas Gerais foram de US$ 600 milhões. Em 2018, no mesmo período, o anúncio foi de US$ 500 milhões, em 2017 de US$ 400 milhões, e 2016 de US$ 500 milhões.
A pesquisa indica que, no primeiro trimestre de 2020, 91,4% dos anúncios de investimentos foram do setor de energia, sendo que 72,5% foram provenientes da Cemig. Outros 27,5% ficaram distribuídos entre a Órigo Energia e a chilena Atlas Renewable Energy destinados a empreendimentos em energia solar. No setor serviços, 5,3% foram direcionados ao setor de armazenagem pela empresa de comércio eletrônico Dafiti.
Anteriormente, os aportes eram concentrados na região intermediária de Belo Horizonte (RGInt Belo Horizonte). Mas, no primeiro trimestre deste ano, a região intermediária de Montes Claros obteve a maior participação, respondendo por 22,4% do total. Os aportes anunciados são referentes à construção de uma nova planta de energia solar no município de Pirapora.
Segundo o levantamento da FJP, Extrema, município da RGInt Pouso Alegre, obteve 5,3% do total das intenções de investimentos, voltados para a construção de um centro de distribuição pela empresa Dafiti, de comércio eletrônico. A Capital registrou 1,8%, com destino à ampliação de área de locação de um shopping local. A RGInt Patos de Minas atraiu 1% para investimentos no comércio. As RGInt Varginha, Ipatinga e Uberaba somaram 0,5%. Os investimentos sem informação por município totalizaram 69%.
Ainda de acordo com os dados da FJP, Minas Gerais ficou na quinta posição entre os cinco estados de maior volume de investimentos anunciados no primeiro trimestre de 2020. A análise vai ao encontro dos dados do governo estadual apontando que, de janeiro a maio deste ano, foram aplicados R$ 5,6 bilhões nos municípios mineiros, contra outros R$ 4,8 bilhões de investimentos em todo o ano passado. Quase metade desse valor, segundo o governador Romeu Zema (Novo), é destinado ao setor de energia elétrica.
Ainda de acordo com a FJP, em Minas Gerais, 60% dos aportes anunciados de janeiro a março de 2020 foram destinados a projetos mistos de expansão e modernização. Os anúncios em expansão representaram 28%, e os de modernização, 12%. Pela primeira vez desde o segundo trimestre de 2016, não houve anúncios para implantação.
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