Um dos exemplos é o uso da fonte fotovoltaica na Nossa Senhora da Conceição, às margens do Rio Jamaci, a 21 km de Belém (PA)
A busca pela implementação de uma energia mais limpa, sustentável e principalmente mais viável economicamente tem levado a iniciativas recorrentes na região amazônica. Uma delas é a oferta de um “Kit Bakana Solar” para a comunidade ribeirinha. Nossa Senhora da Conceição, às margens do Rio Jamaci, na Ilha de Paquetá, a 21 km de Belém, com cerca de 20 famílias, que sobrevivem basicamente do extrativismo do açaí. O local conta o sistema desde 2018.
Em grande parte dos lares ribeirinhos, a energia usada para iluminar as casas, assistir à televisão, bater o açaí, ligar o ventilador, conservar alimentos, vem do motor movido a óleo diesel, oriundo de uma fonte não renovável, poluente e cara. Diante deste cenário, o Instituto para o Desenvolvimento de Energias Alternativas e da Auto Sustentabilidade (IDEAAS), em parceira com o Instituto Peabiru, criou o projeto piloto “Luz para uma Vida Melhor”. O programa tem apoio da Fundação C.S. Mott e se dedica a atender a grupos sociais de baixa renda e que vivem em alto grau de exclusão energética.
A parceria envolve, ainda, o Grupo de Estudos e Desenvolvimento de Alternativas Energéticas (Gedae), da Universidade Federal do Pará, o Movimento das Mulheres das Ilhas de Belém (MMIB) e a Paróquia São Francisco das Ilhas.
Segundo João Meirelles, diretor geral do Instituto Peabiru, a comunidade foi escolhida por indicação do MMIB. “O Movimento das Mulheres das Ilhas de Belém é o nosso parceiro local. Perguntamos às representantes onde seria o local mais adequado para a instalação do projeto piloto e eles nos indicaram a Nossa Senhora da Conceição, que fica próxima à ilha de Cotijuba, que é mais conhecida, porque lá os moradores sofriam bastante com a falta de água gerada também pela escassez de energia, apesar de estarem tão próximos a Belém, já que precisam ir comprar a água no porto mais próximo de barco, gerando um gasto também com combustível para fazer esse deslocamento.”
O projeto foi discutido com as famílias e inicialmente foram instalados os equipamentos que compõem o programa. Esse material é formado por uma caixa de plástico simples contendo um carregador, toda a parte eletrônica, além do painel solar e das lâmpadas, batizado de “Kit Bakana Solar”, e a maioria foi doado à comunidade e apenas uma pequena parte foi comercializada.
“Essa tecnologia é resultado de mais de uma década de pesquisa para obter soluções energéticas de baixo custo e fácil instalação direcionada para essas mais de um milhão de pessoas que não dispõem de energia e foi desenvolvida pelo pesquisador Fabio Rosa, do IDEAAS”, explica Meirelles.
Saiba mais: Fonte renovável
O kit foi preparado para atender a uma demanda que consiste em: iluminação residencial básica; ponto para carga de celular e lâmpada para espantar morcegos (acesa durante a noite). “Como se trata de um projeto piloto fazemos o acompanhamento periódico e ainda não foi possível apontar resultados mais concretos, como, por exemplo, o percentual de economia nesses pontos em relação ao uso do diesel.”
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