Enquanto todas as formas de energia sofreram queda, fonte fotovoltaica cresceu 12% durante o bloqueio chinês, em janeiro e fevereiro deste ano, aponta Bureau Nacional de Estatísticas da China
A energia solar foi a única dentre as formas de produção de energia que não teve o desempenho prejudicado com o fechamento das indústrias na China durante os dois primeiros meses do ano por conta da Convid-19. Segundo o relatório da Bureau Nacional de Estatísticas da China, a fonte solar fotovoltaica subiu 12%.
“A energia térmica e a energia hidrelétrica declinaram significativamente, em termos de variedades. A energia nuclear e a energia eólica declinaram um pouco, mas a geração de energia solar cresceu de forma constante”, relatou o Bureau Nacional de Estatísticas da China.
Na avaliação de Xizhou Zhou, vice-presidente de energia global e renováveis da IHS Markit, os recursos como carvão, energia nuclear e calor e energia combinados (CHP), deverão ser mais fracos do que o esperado – com as usinas de carvão sendo as mais afetadas nas horas de operação. “É improvável que o volume de geração renovável seja afetado significativamente devido à sua indisponibilidade e status preferencial no sistema de energia chinês”, escreveu numa avaliação de 19 de fevereiro sobre o impacto do bloqueio.
No relatório de 17 de março da repartição, as previsões de Zhou foram confirmadas ao comparar a produção de energia em janeiro e fevereiro ao mesmo período do ano anterior, observou-se que a produção geral de eletricidade caiu 8,2%. A energia térmica – dominada pelo carvão – caiu 8,9%, a hidrelétrica 11,9% e a nuclear 2,2%. Já a energia eólica sofreu uma suave queda de 0,2%. Do outro lado, a energia solar aumentou 12%.
Para a analista líder do Centro de Pesquisa em Energia e Ar Limpo, Lauri Myllyvirta, as energias renováveis foram protegidas “acima de tudo” por seu custo marginal zero. “Na energia térmica, por exemplo, cada unidade adicional de energia térmica exige que o produtor compre combustível adicional. O sol não exige tal pagamento”, explica.
Na China, o bloqueio começou no dia 23 de janeiro e foi afrouxado no início de março. O satélite Copernicus Sentinel-5P da Agência Espacial Européia documentou a queda nas emissões industriais durante esse período.
Segundo Myllyvirta, o bloqueio afetou 27 dias do período de dois meses coberto no relatório da repartição. Assim presume-se que as reduções durante o bloqueio foram duas vezes mais dramáticas do que os números apontam.
“A economia está sofrendo um profundo impacto e as coisas não apenas ‘retornam ao normal’. Isso nunca fazem depois de uma crise”, escreveu Myllyvirta.
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