Cientista da Universidade de Mapua, nas Filipinas, desenvolveu um material flexível que pode ser colocado em uma superfície para obter luz ultravioleta e convertê-la em luz visível para gerar eletricidade
Por Adriana Dorante
Um engenheiro da Universidade de Mapua, nas Filipinas, desenvolveu um material flexível criado a partir de restos de vegetais e frutas podres que imita uma célula fotovoltaica, ou seja, ele é capaz de capturar energia solar. O projeto chamado AuREUS (Borealis Solar Windows e Astralis Solar Wall) é diferente das células fotovoltaicas que têm como limitação a capacidade de capturar luzes ultravioleta de alta energia.
Segundo o engenheiro idealizador do projeto, Carvey Ehren Maigue, o material flexível responsável por este sistema é criado de forma sustentável. “Eles são suspensos em um substrato de resina e aplicados em superfícies, como janelas de prédios. Ao serem atingidas pela luz solar, as partículas são absorvidas e emitem luz, que são capturadas por um painel de energia solar”, detalhou.
Dessa forma, Carvey colocou o material em uma superfície para obter luz ultravioleta e convertê-la em luz visível para, assim, gerar eletricidade. “Ao invés de tentar converter luz ultravioleta direto em eletricidade, decidi transformar a luz visível, para depois capturar os fótons usando células solares convencionais. Assim, mesmo com sol brilhante ou em um dia nublado, a invenção consegue produzir energia”, explicou.
O projeto rendeu a Carvey, o Prêmio James Dyson, que condecora a próxima geração de engenheiros de design. Mas o engenheiro ainda pretende melhorar o projeto, para que o processo de extração de partículas luminescentes chegue a 100% (atualmente é de 80%) proveniente de corantes de frutas e vegetais em vez de produtos químicos.
Na prática, essa tecnologia poderia transformar prédios espelhados em uma forma de captar energia solar. Porém, o engenheiro também vislumbra que seu material pode ser colocado em carros, casas e até roupas. “Quero criar uma forma melhor de energia renovável que usa recursos naturais, seja mais próximo da vida das pessoas e que trace caminhos viáveis em direção a um futuro sustentável e regenerativo”, disse Carvey, em comunicado do Dyson Awards, sobre seus objetivos com a invenção.
Pesquisadores de todo mundo buscam alternativas cada vez mais sustentáveis no setor de energia renovável para reduzir o uso de combustíveis fósseis que ainda representam cerca de 80% da produção de energia mundial, segundo a Agência Internacional de Energia. Eles são os grandes responsáveis pela emissão de gases do efeito estufa.
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