Engenheiros do Laboratório de Investigação Naval dos Estados Unidos criaram módulo de antena de radiofrequência fotovoltaica para tal finalidade
Um módulo de antena de radiofrequência fotovoltaica foi criado pelos engenheiros do Laboratório de Investigação Naval dos Estados Unidos com o objetivo de captar energia solar no espaço e enviar para uso na Terra. O módulo com 30 centímetros quadrados e pretende transformar a energia em microondas por radiofrequência, que seria depois recebida no solo e novamente convertida em energia.
Segundo Chris Depuma, responsável no projeto PRAM, como foi batizado o módulo, os especialistas poderiam ter convertido para transmissão de energia ótica. No entanto, a conversão para ótica pode fazer mais sentido para aplicações lunares, porque não há atmosfera na Lua. “A desvantagem da ótica é que se pode perder muita energia através das nuvens e da atmosfera”, explicou.
Por agora, os cientistas pretendem fazer testes com o hardware que servirão para fornecer aos investigadores dados de temperatura, além da eficiência do PRAM na produção de energia. Esta informação orientará o design de futuros protótipos solares espaciais. Dependendo dos resultados, a equipe pretende construir um sistema totalmente funcional numa nave dedicada para testar a transmissão de energia de volta à Terra.
Entre as vantagens de captar este tipo de energia e usá-la na Terra estão o fornecimento de energia para instalações remotas, como bases de operações avançadas e áreas de resposta a desastres. Isto é, num plano militar, e não só, os satélites de captação de energia solar poderiam irradiar essa energia para qualquer lugar na Terra. Assim, em cenários específicos, em vez de transportar combustível para fornecer energia, esta viria do espaço.
Desta forma, este teste de voo permite que os responsáveis pelo projeto testem o hardware em condições espaciais reais. A entrada da luz solar viaja através da atmosfera da Terra, filtrando o espectro e reduzindo o brilho. Um sistema solar espacial que viaja acima da atmosfera, captaria mais energia de cada uma das faixas de cores da luz solar.
De acordo com Paul Jaffe, investigador da PRAM, há mais azul no espectro no espaço, permitindo que se adicione outra camada às células solares para tirar mais proveito. “Esta é uma das razões pelas quais a energia por unidade de área de um painel solar no espaço é maior que no solo”, afirmou.
No espaço, os raios solares são mais brilhantes do que em qualquer lugar na Terra. Além disso, os painéis poderão captar permanentemente, sem que a noite implique em uma pausa, como acontece no planeta. Essa energia transformada no espaço poderá ser enviada, quer para o solo do planeta, quer para o solo lunar, ou mesmo para outras naves e satélites.
Não é de hoje que os pesquisadores começaram a transformar a energia em microondas por radiofrequência. O uso da energia solar para operar satélites começou no início da era espacial, quando o Vanguard I foi o primeiro satélite a ter células solares e ainda hoje está em órbita. Assim, este teste atual concentra-se no processo de conversão de energia e no desempenho térmico resultante.
Este tipo de tecnologia começou a ser pensada em 2007. Nessa altura, o National Security Space Office recomendou que se fizesse um estudo de viabilidade. Na base deste projeto está uma vasta experiência em satélites movidos a energia solar, que remonta ao final dos anos 50.
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