Segundo estudo da Wood Mackenzie, preços dos geradores fotovoltaicos continuarão em curva de queda na próxima década
Por Ricardo Casarin
Os custos de módulos solares irão continuar a cair ao longo dos próximos dez anos, embora em um ritmo mais lento, aponta estudo da consultoria Wood Mackenzie. A pesquisa aponta que a evolução na eficiência e na potência dos equipamentos irão impulsionar a tendência de declínio no capex de projetos e levar a uma redução nos custos de paridade de energia (LCOE).
Na recente publicação Solar PV Module Technology Market Report 2020, a Wood Mackenzie examinou três tecnologias com potencial para melhorar o desempenho dos módulos nesses aspectos: wafers maiores, células solares de grande área dopada com fósforo (tipo N) e técnicas de incremento de potência.
De acordo com autora do estudo, Xiaojing Sun, a pesquisa mostra que módulos feitos de wafers maiores, como os formatos M6, M10 ou G12, podem reduzir o valor do capex de uma usina de geração centralizada de grande escala em 3% a 9% “Essa economia é atrativa para desenvolvedores e instaladores, o que levará a uma adoção desses equipamentos por parte do mercado.”
Ela disse que a maioria dos grandes fabricantes de módulos de silício anunciaram equipamentos de tamanho grande e muitos deles estão em vias de produzir comercialmente entre o quarto trimestre de 2020 e o quarto trimestre de 2021.
Os dados da Wood Mackenzie apontam que a capacidade total de produção de módulos usando wafers M6, M10 e G12 atingirá 28GW, 63GW e 59GW, respectivamente, ao final de 2021. Até 2025, a estimativa é que a capacidade de módulos com formato M10 e G12 irão ambas exceder 90GW, tornando-se as tecnologias dominantes da indústria.
“É importante apontar que a adoção de grandes módulos pelo mercado é dependente da evolução de componentes de equilíbrio de sistema, como inversores e trackers para acomodar a corrente mais alta e o tamanho maior”, ressaltou Xiaojing.
“Múltiplas alianças industriais foram formadas desde o início do ano, para assegurar que todo o ecossistema solar evolua para suportar a adoção de módulos maiores. Se esses esforços do setor renderem frutos, nós prevemos que os embarques desses equipamentos irão responder por aproximadamente 40% do total dos módulos de silício cristalino. Ao final de 2025, os módulos feitos com wafers menores do que M6 serão eliminados do mercado.”
O relatório também investigou módulos tipo N, tais como HIT e TOPCon, que podem gerar maior potência por painel em razão de maior eficiência das células e ter menores níveis de degradação. Ao contrário de módulos maiores, os módulos tipo N ainda não geram redução de custos de capex e LCOE em usinas de larga escalas, em função dos gastos de fabricação.
“Nossa análise mostra que os módulos TOPCon e HIT precisarão de um nível de potência de pelo menos 40W e 90W, respectivamente, ou uma redução de preços de 6% a 20%, para se tornarem competitivos com mono PERC. Obviamente, essas são exigências altas. De qualquer maneira, melhores significativas na eficiência e redução de custos de produção são aspectos necessários para que os módulos tipo N sucedam o mono PERC”, disse a pesquisadora.
O relatório sugere que a década de 2020 será marcada por rápidas inovações nas tecnologias de módulos, conduzindo a aumentos significantes na potência, performance e aplicações mais versáteis. “Inovações, em conjunto com redução de custos de equipamentos, serão a força motriz para impulsionar a redução contínua do LCOE solar nos próximos anos”, completou Xiaojing.
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