Segundo a empresa, maior investimento é no sistema de no pós-vendas
Por Ricardo Casarin
A Fronius vê demanda acelerada e projeta dobrar faturamento da sua operação no Brasil em 2020. “Já estamos superando metas no primeiro trimestre, no ano passado demorou mais. É possível até que o desempenho seja melhor que o esperado”, aponta o gerente da unidade de negócio de energia fotovoltaica da empresa, Alexandre Borin.
Ele acredita que a movimentação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para revisar a norma 482/2012, que trata de geração distribuída, causou esse impacto. “Sentimos que o mercado quer aproveitar antes que as regras mudem e isso gera um incremento na cadeia como um todo.” Borin destaca que a demanda por inversores parece ser mais forte no segmento residencial. “Isso reforça que a movimentação está atrelada a questão das mudanças na regra da geração distribuída.”
O gerente entende a proposta da Aneel causou desconforto no setor não apenas pela taxação, mas pela falta de diálogo. “Não era uma proposta inviável. O modelo atual em algum momento vai causar desequilíbrio. Mas o Projeto de Lei sobre o mesmo tema trouxe mais discussão, vai ouvir todos os lados, enquanto a revisão parecia ser uma imposição de cima para baixo.”
Porém, Borin não acredita que o texto seja aprovado em 2020. “É ano de eleição e há outras prioridades, reformas mais amplas. Se o projeto não for em um regime de urgência, não vejo chance de ser aprovado.” Ele avalia que os novos critérios, quando esclarecidos, não devem atrapalhar o crescimento do setor fotovoltaico no país. “A demanda por sistemas vai continuar.”
Borin explica que isso tem duas causas: o preço da energia e a necessidade de expansão da matriz elétrica. “O preço da energia vai continuar subindo. Ainda que a revisão seja mais dura na taxação, o efeito seria tornar o tempo de retorno do investimento mais longo. Ainda assim seria atrativo. Há também a questão do crescimento econômico. Quando isso ocorrer, o país vai precisar de mais energia. É preciso investir na fonte solar, que é descentralizada, rápida e não exige investimentos tão grandes quanto a geração centralizada.”
Esse potencial de crescimento do mercado de energia solar tem atraído novos players. O gerente avalia que isso torna necessário investimentos para se tornar mais competitivo no longo prazo. “Estamos vivendo uma explosão de demanda e novas empresas, tanto fabricantes quanto distribuidores, não tem barreiras para entrar. Mas, com o tempo, quem não investir em estrutura local e suporte para pós-vendas não vai sobreviver.”
Dentro desse cenário, Borin conta que a Fronius está reforçando sua equipe. “Nosso maior investimento foi no pós-vendas. Ano passado fizemos dez contratações em nossa equipe técnica. Agora contamos com quinze pessoas, é uma estrutura muito robusta. Nosso parque instalado possui 100 mil inversores no campo. É um número alto e o instalador tem que ter confiança de que terá auxílio caso ocorra algum problema.”
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