Joint venture quer expandir seus negócios no setor elétrico do Brasil com usinas híbridas – solar e eólica
O investimento em geração solar é uma das possibilidades da união entre a Votorantim Energia e a gestora canadense de fundos de pensão CPPIB, como foco para expandir seus negócios no setor elétrico do Brasil. A aquisição de ativos de transmissão também está na mira das empresas.
As duas controlam a as hidrelétricas da Cesp, em São Paulo, e operam parques eólicos no Piauí e em Pernambuco – com cerca de 560 megawatts em capacidade em fase inicial de expansão. A previsão é alcançarem quase 1 gigawatt em funcionamento em 2022.
“Agora desejamos a solar dentro desse portfólio”, revelou o presidente da VTRM Energia, Fabio Zanfelice, lembrando que o movimento visa criar um conjunto equilibrado de ativos de geração em carteira.
Os parques eólicos da companhia compensam os riscos associados à hidrologia que possam impactar a produção das usinas da Cesp e nesse caminho, os projetos solares seriam complementares ao perfil dessas usinas a vento do grupo, que geram mais energia à noite.
A Votorantim e a CPPIB têm estudado a instalação de placas fotovoltaicas na área de suas usinas eólicas. A estimativa é que seus parques eólicos em operação e em construção sejam suficientes para implantar entre 300 megawatts e 330 megawatts em empreendimentos solares, o que tornaria os ativos em parques “híbridos”, que combinam sol e vento.
No entanto, Zanfelice reforça que os investimentos nessas usinas híbridas dependem de aprovação regulatória da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), uma vez que a legislação atual não permite que as usinas compartilhem as mesmas instalações de transmissão.
“No âmbito de projetos híbridos, temos partido primeiro para solar porque tem otimização tanto de operação e manutenção quanto nos acessos à transmissão, mas parques solares isolados também faz parte da nossa avaliação, não deixamos de avaliar”, explicou o CEO.
A joint venture deve apostar principalmente em contratos de venda da produção futura das usinas no mercado livre de energia, onde grandes consumidores como indústrias podem negociar o suprimento de energia diretamente com geradores e comercializadoras. Outra opção para de tirar do papel os projetos solares, segundo Zanfelice, são contratos de longo prazo com grandes empresas consumidoras para a energia dos parques.
A aposta em linhas de transmissão também não está descartada, segundo Zanfelice, uma vez que esses ativos geram retornos vistos como seguros e fluxo de caixa estável. “É comum o retorno ser menor, porque o risco é menor, mas traz uma estabilização que, em um portfólio de renováveis e hidrelétricas, é uma boa combinação. Então transmissão não está descartado, a gente já olhou ativos de transmissão no passado”, descartando qualquer investimento inicial via entrada em leilões do governo para novos projetos por serem muito competitivos.
“Sempre olhamos em uma filosofia de partir primeiro de uma aquisição onde tivesse um tamanho mínimo para depois crescer organizadamente”, afirmou. As duas empresas têm “visão de longo prazo” nos negócios em parceria no setor elétrico, que priorizam ativos renováveis e podem ainda envolver hidrelétricas caso surjam oportunidades.
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