Segundo a empresa, crescimento anual dos projetos seguirá até 2025, culminando em 145 GWdc
Por Ricardo Casarin
As instalações fotovoltaicas devem atingir 115 gigawatts em corrente contínua (GWdc) no mundo em 2020, aponta relatório da consultoria Wood Mackenzie. Isso representa um crescimento de 5% do total registrado no ano passado. “As restrições mais severas de combate a pandemia acabaram na maioria dos países, com construções de projetos fotovoltaicos podendo continuar conforme o planejado, embora muitos empreendimentos tenham enfrentado atrasos em razão de interrupções no início do ano”, apontou o diretor de solar da Wood Mackenzie, Ravi Manghani, durante apresentação no evento virtual GTM Solar Summit 2020.
“O crescimento anual de instalações seguirá até 2025, culminando em 145 GWdc. A única exceção será 2024, quando o mercado dos Estados Unidos irá desacelerar com o último estágio do programa de créditos tributários ao setor solar”, explicou o pesquisador.
Na Ásia, o mercado chinês segue com sua recuperação robusta e a Wood Mackenzie espera 39 GWdc de instalações ao final de 2020. Desse total, 27 GWdc serão realizadas no segundo semestre. Tanto o portfólio de projetos não subsidiados quanto o de leilões foram expandidos nesse ano, e o mercado do país crescerá 30% na comparação anual, apesar das interrupções de curto prazo na cadeia de suprimentos atrasando as compras de módulos de alguns desenvolvedores.
Em contraste, os casos de coronavírus na Índia continuam a crescer e medidas de distanciamento social devem desacelerar atividades de instalação até o final do ano pelo menos. Sem a execução de políticas de incentivo, é improvável o cumprimento da meta de 100 GW do país. De acordo com a análise, as instalações fotovoltaicas indianas irão totalizar 4.9 GW em 2020, uma queda de 42% e o menor nível desde 2016.
A meta de descarbonização de 55% até 2030 indicada pela Comissão Europeia é vista como um sinal positivo de longo prazo para o mercado do continente. Para atingir esse objetivo, a Wood Mackenzie estima que a participação de renováveis no suprimento de energia do bloco precisará subir dos atuais 38% para 65% até o final da década.
Nesse ano, o governo da Alemanha decidiu remover uma restrição que iria congelar subsídios ao setor fotovoltaico quando o mercado atingisse 52 GW e as instalações devem atingir quase 4.5 GW no país, o nível mais alto desde 2012.
Nos EUA, os cronogramas de projetos de geração centralizada foram pouco afetados pela pandemia, mas as restrições derrubaram o mercado de instalações residenciais em 23% e o de instalações não residenciais em 19%, entre o primeiro e o segundo trimestre. Porém, mesmo no segmento de geração distribuída, os instaladores conseguiram superar os atrasos utilizando plataformas virtuais de venda e licenciamento.
Na América Latina, a consultoria espera que o mercado siga crescendo, conforme projetos são conectados à rede apesar dos problemas econômicos e relacionados a pandemia. O aumento do portfólio de empreendimentos no Brasil e no Chile serão o principal condutor dessa evolução, com incertezas políticas e regulatórias ameaçando o potencial de mercado do México.
No Oriente Médio, o cenário regional segue focado na forte competição de tarifas e aquisições de grandes projetos de geração centralizada. Na África, mercados emergentes estão começando a reduzir ciclos de desenvolvimento de projetos. A Wood Mackenzie levantou um potencial de 1 GW de projetos comerciais e industriais nas duas regiões.
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