Especialistas do setor elétrico avaliam que as variações de curto prazo do combustível não abalam a atratividade de projetos de geração limpa
Por Ricardo Casarin
O cenário do preço de petróleo em mínimas históricas não deve afetar decisões de investimentos em energia renovável. Especialistas do setor elétrico avaliam que as variações de curto prazo do combustível não abalam a atratividade de projetos de geração limpa.
“Decisões de investimentos não são tomadas com base do mercado de curto prazo. Não dá para apostar que esse patamar de preços vai se sustentar por muitos anos sem gerar danos para os produtores. Dessa forma, haveria uma redução de oferta e nova pressão sobre a cotação”, apontou o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Thiago Barral, durante webinar promovido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Nas últimas semanas, a cotação do brent apresentou alguma valorização, mas segue em um patamar próximo a casa dos US$30. “Quem tomar uma decisão de investimento com base na sustentação desse nível de preço no longo prazo estaria ignorando a história do petróleo. Não vejo como algo que possa ser determinante no processo de conversão para as renováveis.”
Barral ainda destacou o recente crescimento da participação de fontes renováveis na matriz energética do Brasil. “No primeiro trimestre, enquanto o petróleo caiu 9%, a demanda de renováveis aumentou sua participação. A estrutura de contratos e o consumo preferencial dessas fontes reduziu o consumo de carvão e gás. O preço de petróleo não é uma boa referência para fazer apostas na transição energética.”
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O secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia (MME), Reive Barros, destacou que a variação no preço do barril não representa grande impacto ao setor elétrico. “Não traz um grande reflexo em função do nosso modelo tarifário. Questões de curto prazo não são perceptíveis para o consumidor”, disse, durante o webinar.
Na semana passada, a Agência Internacional de Energia (IEA) divulgou uma projeção de que as renováveis serão as únicas fontes que irão apresentar crescimento em 2020, em meio aos impactos da crise de coronavírus na demanda de energia. O relatório aponta que a geração limpa terá incremento de 5% no ano.
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