Com investimento previsto entre R$ 150 milhões a R$ 200 milhões, projeto possui cerca de 80 megawatt-pico (MWp) de capacidade e venceu contrato de fornecimento de energia em leilão realizado em 2018
O grupo nordestino Kroma Energia, especializado em comercialização de energia, está à procura de investidor para assumir participação majoritária em um complexo de geração de energia solar que será construído no interior de Pernambuco. O empreendimento chamado de São Pedro e Paulo possui cerca de 80 megawatt-pico (MWp) de capacidade e venceu contrato de fornecimento de energia em leilão realizado em 2018. O projeto tem investimento previsto entre R$ 150 milhões a R$ 200 milhões.
“A empresa é especialista em leilões e desenvolvedora de projetos e a ideia é ter um grupo capitalizado de geração para fazer essa composição”, disse Rodrigo Mello, fundador e presidente da Kroma Energia. A estratégia da empresa, segundo ele, é ficar com cerca de 20% de participação no projeto. “Depende do porcentual da negociação, que pode variar”, explica Mello.
A empresa quer seguir o modelo adotado para o complexo solar de Apodi, de 162 MWp, no Ceará, que entrou em operação em novembro de 2018 e tem como principal investidor a petroleira norueguesa Equinor. Hoje, a Kroma possui 12,5% do projeto. Outra fonte de recursos usada para o Apodi foi o Banco do Nordeste do Brasil (BNB).
A companhia pretende iniciar as obras do projeto de São Pedro e São Paulo em novembro. O parque está previsto para entrar em operação em 2022. O projeto conta ainda com um contrato de longo prazo com um grande consumidor no mercado livre.
“A Kroma soma mais de 4 gigawatts (GW) de projetos em carteira para desenvolver a partir de leilões de energia no ambiente regulado ou por meio de contratos de longo prazo com consumidores no mercado livre”, disse Mello. Ele acrescenta que o mercado livre é vantajoso por oferece preços mais baixos para energia e maior proximidade entre fornecedor e cliente.
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A carteira da empresa é composta por mais de 450 clientes no mercado livre e prevê para este ano, um faturamento de R$ 1 bilhão, seguindo os passos de 2019. “Prevíamos inicialmente um aumento do faturamento este ano, mas a crise por conta da pandemia do covid-19 afeta diretamente o consumo de energia dos clientes”, explica.
O empresário espera, que apesar das dificuldades, as soluções sejam negociadas entre as partes, evitando-se a judicialização. “O fato é que o setor de energia sabe muito bem administrar crises por lidar sempre com a volatilidade do mercado”, acrescenta.
Ele também acredita que essa crise é uma possibilidade e estimular e acelerar a abertura do mercado de energia, para pequenos clientes. “A digitalização chegou para ficar e com ela vamos sair dessa pandemia com a população bem mais aberta ao novo, bem mais aberta às mudanças. Depois que você quebrou a barreira do digital, ninguém quer voltar mais.”
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