Segundo o governo português, país deve poupar cerca de 1,2 milhão de euros com energia limpa
Por Cristiane Pinheiro
Portugal está cada vez mais de olho nas energias renováveis, mas nos últimos dias as ações foram voltadas para a realização de dois leilões de usinas solares, que vão se reverter em uma economia de quase 1,2 milhão de euros nas contas de luz.
O país conseguiu o preço mais baixo em nível mundial numa licitação deste gênero: foi assegurada uma poupança de 559 milhões de euros ao longo dos próximos 15 anos, de acordo com o ministro do Ambiente, João Matos Fernandes, em conferência de imprensa.
No ano passado, o Estado tinha assegurado uma poupança de 600 milhões de euros através da quantidade de 1292 MW. Em proporção, o leilão deste ano poupou mais na fatura da luz do que a operação de 2019.
A operação registou uma procura dez vezes acima da oferta, sendo 670 MW em 13 lotes a concurso para as regiões do Alentejo e do Algarve. Os produtores estrangeiros ficaram com todos os lotes.
Três tipos de propostas de centrais solares foram apresentadas: com tarifa fixa, com tarifa de mercado e ainda centrais com capacidade de armazenamento de energia, ou seja, baterias. As centrais com baterias não eram permitidas no primeiro leilão e acabaram por despertar o maior interesse junto dos participantes.
Foram atribuídos oito lotes, no total de 483 MW, ou seja, três quartos da capacidade a concurso. Só os sul-coreanos da Hanwha Q-Cells ficaram com seis lotes, todos com baterias. Os outros vencedores foram os espanhóis da Audax (dois lotes), Iberdrola e da Endesa (um lote cada), e os alemães da Tag Energie (dois lotes) e da Enerland (um lote).
No caso das centrais a baterias, o governo contava pagar um prêmio médio de 33,5 mil euros por MW/ano, mas acabou por receber 37,1 mil euros por MW/ano. Só por aqui, o Estado assegura uma receita fixa de 17,9 milhões de euros por ano. “O Estado recebe em vez de pagar porque o acesso à rede é um bem escasso e estes contratos duram 15 anos, situação particularmente interessante para operadores que ainda não estejam em Portugal”, comentou Matos Fernandes.
Os vencedores das centrais a baterias também terão de proteger o sistema contra eventuais picos de preços no mercado. Estas centrais também vão dotar o sistema elétrico nacional de uma capacidade mínima de armazenamento de quase 100 MW. Esta situação vai contribuir para o aumento da autonomia energética de Portugal e reduzir as importações de combustíveis fósseis.
Nas centrais com compensação fixa foram adjudicados quatro lotes, no total de 177 MW. A contribuição média ponderada foi de aproximadamente 73,7 mil euros por MW/ano, gerando uma receita fixa de 13 milhões de euros para o Estado.
Com todo esse progresso, os consumidores deverão começar a pagar menos eletricidade a partir de 2022, quando as primeiras centrais solares leiloadas entrarem em produção. Os vencedores dos lotes de 2019 já escolheram os terrenos onde vão instalar as centrais fotovoltaicas, concluindo a primeira etapa do caderno de encargos. Segue-se o processo de obtenção de licença, a construção das instalações e a entrada em funcionamento.
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