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Mercado de inversores híbridos cresce 18%, mas Brasil esbarra na falta de marco regulatório

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Dez maiores fabricantes respondem por 76% do comércio global desses componentes

Por Andrea Vialli

O mercado de inversores híbridos, tecnologia de ponta nos sistemas de armazenamento, cresceu 18% em 2019, de acordo com um estudo realizado pela consultoria americana Wood Mackenzie. Os dez maiores fabricantes respondem por 76% do comércio global desses componentes, sendo que as companhias chinesas GoodWe e Growatt respondem por uma fatia de 15% e 12% do mercado, respectivamente. As duas companhias possuem operações no Brasil.

Os inversores híbridos possuem duas funções principais: alimentar a rede com a energia gerada pelos módulos fotovoltaicos e abastecer o conjunto de baterias conectadas ao sistema, nos casos de ligação off grid (em lugares remotos ou sem rede pública de energia). Os inversores híbridos também têm a função de converter a corrente contínua gerada pelos painéis solares em corrente alternada que fica armazenada nas baterias estacionárias. 

A GoodWe comercializa inversores no Brasil desde 2018, e no ano passado estruturou equipe comercial, de marketing e de engenharia em pós-vendas, de olho no crescimento da geração fotovoltaica no país. O portfólio da empresa inclui de inversores monofásicos com potência entre 0,7 kW e 10 kW, trifásicos de 380 V com potência entre 12 kW e 36kW e uma linha de grande porte, entre 50 kW e 80 kW. A empresa deverá lançar no mercado brasileiro também um modelo de maior potência, com 250 kW. 

O Brasil não tem mercado ainda para o segmento de inversores híbridos, por causa da falta de definição de um marco regulatório específico. O componente não está incluído na Portaria n° 004/2011 do Inmetro e por isso não faz parte do Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE) fotovoltaico. A Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR) iniciou junto ao órgão, em 2018, uma revisão que contemplava os inversores híbridos. Porém, por mudanças nas diretrizes internas do Inmetro, a minuta para consulta pública não chegou a ser publicada, de modo que não há, ainda, uma norma brasileira sobre o tema, especialmente em relação à homologação dos inversores híbridos junto às distribuidoras, que exigem registro do equipamento no Inmetro. 

De acordo com Sérgio de Carvalho, diretor comercial da GoodWe, o mercado de armazenamento de energia é um “gigante adormecido” no país, que precisa ser acordado com a definição do marco regulatório. “Não podemos negar que se trata do futuro da energia solar no Brasil e no mundo: o segmento proporciona inúmeros benefícios, incluindo economia, autoconsumo, independência energética, confiabilidade e maior contribuição para a sustentabilidade”, diz Carvalho. 

Segundo o executivo, a empresa aguarda a regulação para começar a comercializar os inversores híbridos no país. “No momento de definição do marco regulatório, acredito que, bem como os sistemas on grid hoje presentes, os sistemas híbridos surgirão lentamente e aos poucos tomarão espaço de forma exponencial no mercado nacional”, diz. Ainda levará tempo para o país alcançar a maturidade e capacidade energética em sistemas híbridos existente em países como Austrália, Alemanha, África do Sul, Nova Zelândia e Reino Unido, países onde a GoodWe tem maior representatividade no segmento, mas a oportunidade de expansão no Brasil é imensa. 

Criada em 2010 em Shenzhen, um dos principais centros de inovação e tecnologia da China, a Growatt entrou no mercado brasileiro em 2016, mas só estruturou sua operação no país no ano passado, com um centro de atendimento em Mogi das Cruzes (SP), equipe local, site e manuais em português e uma parceria de distribuição com a Aldo Solar. Com 17 GW instalados globalmente, o carro-chefe da empresa no Brasil são os inversores para geração distribuída, com cinco modelos para sistemas off grid (entre 3 kW e 12 kW) e seis modelos on grid, sendo três monofásicos (entre 5 kW e 8 kW) e três trifásicos (entre 20 kW e 75 kW). 

Assim como a GoodWe, a Growatt também aguarda base legal para trazer seu portfólio de inversores híbridos ao Brasil. De acordo com Talyson Alves, gerente de marketing para o Brasil da Growatt, a Resolução da Aneel 482/2012 não discute formas legais para inversores híbridos, mas o potencial para os sistemas de armazenamento é grande. “Apostamos na mudança da resolução normativa para incluir a base legal de inversores híbridos e trazer essa tecnologia em peso ao Brasil”, diz Alves.

Para a brasileira WEG, que atua tanto em inversores para aplicações residenciais quanto em híbridos para projetos de grande porte, o desenvolvimento do mercado para os sistemas de armazenamento no país será gradativo, seguindo a tendência global. “Atualmente os inversores monofásicos da linha da WEG para aplicações residenciais já estão potencialmente preparados para integração com baterias e aguardamos a entrada em vigência da regulamentação dos sistemas híbridos no Brasil”, diz Paulo Roberto Kruger, diretor de vendas internacionais e sistemas da WEG.

O executivo estima que o armazenamento de energia tenha potencial inicial maior no segmento residencial, pois existe um descasamento entre o horário de geração da energia fotovoltaica (durante o dia) e o consumo de energia elétrica, majoritariamente à noite. 


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