Empresa de soluções em baterias elétricas vai apostar nas microrredes para abastecer comunidades remotas, mineradoras e até empresas do setor elétrico e varejistas
A MicroPower Comerc (MPC), empresa de soluções com baterias elétricas, quer investir R$ 1 bilhão nos próximos 18 meses para implementar projetos no Brasil. Controlada pela Micropower Energy, de São Francisco, a empresa tem entre os acionistas gigantes do setor de energia como Siemens e Equinor. Seu foco será em oportunidades de fornecimento de sistemas de armazenamento associados a painéis solares, por exemplo, para atender clientes que vão desde mineradoras até empresas do setor elétrico e varejistas.
Na prática, as baterias podem ser associadas a instalações solares ou pequenas aplicações a diesel ou gás, suportar sozinhas o consumo de energia de regiões isoladas, por meio da criação de chamadas “microrredes” que dispensariam a conexão dessas localidades ao sistema elétrico interligado do Brasil.
“No Brasil há muitas cidades remotas abastecidas com usinas a diesel, que é sujo e caro, além de ser um pesadelo logístico levar diesel para essas áreas remotas. Para solucionar isso, as microrredes podem ser construídas em menos de seis meses e elas podem abastecer minas muito grandes ou até cidades de grande porte”, explicou o presidente-executivo da companhia brasileira, Marco Krapels, que foi vice-presidente da Tesla.
A MPC já fechou um negócio com a Neoenergia, do grupo espanhol Iberdrola, para instalar uma microrrede em área isolada com baterias e sistema solar na comunidade de Xique-Xique, na cidade baiana O projeto usará recursos que a Neoenergia direciona a iniciativas de pesquisa e desenvolvimento (P&D) e ainda está integrado ao programa federal Luz para Todos.
O objetivo é reduzir custos ao substituir a energia da rede pelas baterias em momentos de pico de demanda, quando os preços da eletricidade sobem. “Nesse projeto, uma comunidade inteira foi energizada por uma microrrede”, disse Krapels, destacando que regiões remotas são um mercado potencialmente significativo para a empresa.
A MPC também já fechou contrato com a Vale e também com a mineradora Buritirama para fornecer de um sistema com geração solar e baterias Tesla a uma mina de manganês no Pará.
Ele não descarta projetos para o uso dos equipamentos de armazenamento para reduzir congestionamentos na rede de transmissão de energia ou para melhorar a qualidade na distribuição.
O executivo acredita que o Brasil tem grande potencial para as soluções fornecidas pela MPC, sobretudo junto às mineradoras, ao garantir fornecimento de energia em regiões isoladas ou permitindo que as empresas se desliguem da rede elétrica nos momentos de preços mais elevados.
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