Exatos 60 novos sistemas serão instalados no projeto, com previsão de investimentos na fase 2 de R$ 32 milhões
Por Cristiane Pinheiro
O Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), no Rio Grande do Norte, acaba de divulgar as fases do processo de dessalinização do Estado e parte dele será realizado usando sistemas de energia solar. A fase 1 do Programa Água Doce (PAD) tem como meta estabelecer 103 dessalinizadores noa região, com potencial de atendimento de 41,2 mil pessoas. Até agora, foram implementados 91 equipamentos, com investimento total de R$ 24,3 milhões.
Esse sistema se soma a outros três equipamentos, instalados no Assentamento Caraúbas, em Bodó, e nas Comunidades Logradouro, em Porto do Mangue, e Retiro, em Janduís – do PAD, que também entraram em operação. O aporte federal foi de R$ 634 mil e cerca de 2 mil pessoas serão atendidas.
Segundo ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, este é um trabalho de se levar uma água de qualidade para a população nordestina, que secularmente sofre com essa questão climática, que é a convivência com a seca. “Não há satisfação maior do que vir em uma comunidade como essa e verificar a alegria da população por terem agora água de qualidade para suas famílias”, disse Marinho.
Na próxima etapa, serão instalados 60 novos sistemas, com a utilização de energia fotovoltaica. A previsão de investimentos na fase 2 é de R$ 32 milhões. O Rio Grande do Norte foi pioneiro na implantação do primeiro sistema com energia fotovoltaica no Assentamento Maria da Paz, em João Câmara. Também serão instalados 21 sistemas solares para atender dessalinizadores já entregues, além da manutenção dos 163 equipamentos previstos nas duas fases do programa do MDR.
O processo de dessalinização utilizando energia solar já chamou a atenção de pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) que desenvolveram um sistema que utiliza energia solar para retirar o sal da água do mar, tornando-a potável. Não se trata da primeira tecnologia do tipo, mas é a mais eficiente. Cada metro quadrado gera 5,8 litros de água doce por hora. Isso é o dobro do que se conseguia até hoje com sistemas parecidos.
Para entender como o sistema funciona, vale lembrar como a própria natureza fabrica água potável a partir do mar. O calor do Sol evapora a água salgada, e o que sobe é H2O puro. Depois, nas nuvens, ocorre a condensação, tornando a água líquida novamente, que cai na forma de chuva. Agora, ela está pronta para retornar aos rios, lagos, represas e torneiras.
O sistema do MIT consiste numa estrutura flutuante, que absorve água salgada e acelera a transformação dela em vapor. Você tem algumas camadas ali. A primeira é uma placa solar. Não uma placa de energia fotovoltaica, só uma que concentra energia do sol mesmo (como as usadas para aquecer caixas d’água). A segunda camada consiste em folhas de papel toalha, que absorvem a água salgada. Depois vem o condensador, a camada que transforma o vapor naquilo que interessa: água potável.
O protótipo do sistema opera com dez placas assim. E a ideia é construir o sistema mais barato possível – até por isso o uso de papel toalha, um material completamente acessível, como absorvente.
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