Confira avaliação das empresas que atuam no segmento de energia durante o Latam Sustainable Investment Virtual Summit
Por Ricardo Casarin
A atualização de marcos regulatórios e também da infraestrutura de transmissão são ações necessárias para viabilizar o crescimento das fontes de geração renovável na América Latina. Essa foi a avaliação das empresas de energia participantes de um painel sobre transição energética durante a Latam Sustainable Investment Virtual Summit.
“Creio que é necessário ter uma política que mire nas oportunidades da economia verde, como criação de postos de trabalho, melhora da qualidade de vida e maior acessibilidade de energia. Para fazer tudo isso, é necessária uma intervenção nos sistemas regulatórios”, declarou o gerente-geral da Enel Américas, Maurizio Bezzeccheri.
“Os atuais modelos são baseados na geração, transmissão e distribuição para um usuário, não para um cliente. Com a digitalização, as coisas estão mudando e toda a reflexão por maior sustentabilidade tem que ser acompanhado de um sistema regulatório coerente”, destacou o executivo.
Ele entende que a pandemia de COVID-19 trouxe uma ênfase maior a esse tema, tanto na Europa, quanto na América Latina. “Acreditamos que a pandemia mostrou que empresas não sustentáveis serão destruídas. O novo normal, com sua economia verde, introdução de energias renováveis e mudança para digitalização, abre muitas oportunidades de negócios.”
Bezzeccheri garantiu que mesmo com a crise sanitária e econômica, a Enel seguirá com seus planos de transição energética no continente. Em novembro do ano passado, a companhia anunciou investimentos de 3,8 bilhões de euros em energia renovável na América Latina entre 2020 e 2022. A maior parte dos recursos será destinado ao Brasil e Chile.
No mesmo painel, o CEO da Atlas Renewable Energy, Carlos Barrera, ressaltou que além da atualização regulatória, é necessário que os países da região aperfeiçoem a infraestrutura de transmissão. “Diante da mudança climática, há um dever dos governos de fomentar a participação das renováveis como um elemento de redução de custos da energia e reduzir emissões. Para permitir isso, é necessário atenção sobre a regulação e a infraestrutura de transmissão.”
“Muitos países da América Latina têm limites em sua rede de transmissão, que é a coluna vertebral que permite o crescimento das renováveis. Os governos têm que reforçar isso, capacitando os operadores para permitir uma alta participação da geração limpa”, assinalou o executivo.
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