Ação é realizada depois do apagão que o estado sofreu em novembro
Por Cristiane Pinheiro
O apagão que acometeu Amapá durante 22 dias fez com os moradores tomassem uma decisão: investirem em sistemas off-grid de geração de energia solar que utilizam baterias. Nos últimos dez anos, o preço da bateria de lítio, que é uma das mais utilizadas, ficou em média 88% mais baixo, e poderá cair mais 50% nos próximos anos, segundo projeções divulgadas pela consultoria Greener. Com isso, o mercado espera que essa alternativa se torne cada vez mais comum nos lares brasileiros, principalmente em locais onde as redes elétricas não costumam chegar.
“A procura por kits de painéis solares com baterias praticamente triplicou nas últimas semanas”, afirmou Carlito Saraiva do Monte, gerente da Cristal Energia Solar, em Macapá, no Amapá, acrescentando que muitos dos clientes já tinham até os painéis, mas não sabiam que havia a possibilidade de armazenar a energia com a bateria. “Durante o apagão, ligamos para eles e oferecemos a instalação. Agora, passamos a vender o kit completo dos painéis com as baterias”, comentou.
A empresa está ofertando dois kits: um com três painéis solares e uma bateria, pelo valor de R$ 11.900, e um com quatro painéis e quatro baterias, que custa R$ 17.900.
“O investimento vale muito a pena. As concessionárias cobram um preço altíssimo pela luz, e poder gerar a própria energia, controlar o seu consumo e saber que não está sendo roubado, para mim é muito bom. Além disso, as baterias são silenciosas, não são como um gerador, que faz muito barulho. Meus vizinhos ficaram tentados a investir também, e alguns já estão até fazendo orçamentos”, comentou Mônica Melo, moradora de Macapá. Ela havia instalado o kit fotovoltaico com baterias dois meses antes do apagão.
O apagão no Amapá impactou cerca de 782 mil pessoas e deixou 13 dos 16 municípios sem energia elétrica. Entre as cidades que não foram afetadas está Laranjal do Jari. Isso porque as comunidades da região foram abastecidas a partir de um sistema de energia solar instalado pela SS Solar, em parceria com a SMA Solar.
O projeto, desenvolvido em fevereiro deste ano, é responsável por levar energia elétrica a 146 famílias ribeirinhas que foram removidas da Comunidade de São Francisco do Iratapuru, em Monte Dourado, em prol da construção da UHE (Usina Hidrelétrica) Santo Antônio do Jari.
Na época, a EDP, concessionária responsável pela construção da UHE, criou quatro vilas com toda a infraestrutura necessária e se mobilizou para fornecer eletricidade para as famílias. No entanto, o fornecimento não foi eficaz por conta da dificuldade do acesso às comunidades, sendo inviável a manutenção dos geradores a diesel.
Como solução, a SS Solar instalou um sistema fotovoltaico com armazenamento de energia. Atualmente, as famílias consomem 760 kWh/dia e graças ao sistema que gera e armazena energia gerada pela fonte fotovoltaica, Laranjal do Jari foi uma das poucas cidades que não foram afetadas pelo apagão no estado do Amapá.
Saiba mais: Kit solar off-grid | Bateria solar
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