Ideia é incentivar a sustentabilidade e democratização da energia no município
A recém-inaugurada Coopenergy, cooperativa de energia solar, em Rolante, município do Rio Grande do Sul, já está em fase de desenvolvimentos de alguns projetos. A expectativa dos gestores é que os trabalhos da cooperativa iniciem ainda no primeiro semestre do ano com a participação, mínima, de 20 cooperados. A ideia é incentivar a sustentabilidade e democratização da energia, fortalecendo a economia local, com a transformação de clientes em produtores de energia, em um ambiente mais cooperativo.
A cooperativa foi inaugurada em novembro do ano passado na Associação do Comércio, Indústria, Serviços e Agropecuária de Rolante e Riozinho (Acisa), no Rio Grande do Sul. Segundo o secretário de desenvolvimento econômico de Rolante, Evandro Lembi, em Rolante, na Coopenergy os projetos ainda estão em fase de estudo e definição de valores das cotas.
A criação da cooperativa teve a parceria do governo da Alemanha por meio do Programa Desenvolvimento Econômico Local (DEL). Em novembro do ano passado, o município gaúcho recebeu a consultoria dos alemães Katharina Habersbrunner (Vice-Presidente da Cooperativa de Energia Beng na Alemanha) e Andreas Dohle (consultor internacional da BFZ).
Uma das câmaras criadas dentro do DEL já previa a criação da cooperativa. “Rolante já desenvolve um trabalho pioneiro no Brasil e com a chegada da cooperativa pretende ainda se consolidar ao longo do ano como a cidade mais sustentável do Vale do Paranhana”, afirma Lembi.
O Brasil é um dos países com maior potencial para geração de energia solar. De acordo com levantamento da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR) e da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) de 2019, a energia solar corresponde a apenas 1,3% da matriz elétrica brasileira, bem atrás da hídrica que corresponde a 60,9%. O país sequer fica entre os dez maiores investidores mundiais de energia fotovoltaica, atrás, inclusive, de países que possuem menor incidência solar, casos de Alemanha e Coreia do Sul.
Os painéis fotovoltaicos, responsáveis por captar a radiação do sol, são instalados nos telhados das torres e conectados a inversores que transmitem a energia solar para as áreas comuns dos condomínios. O excedente da energia gerada ainda é injetada na rede de distribuição local, o que gera descontos na conta de luz mensal. Caso mais energia seja produzida do que consumida, o crédito fica acumulado para os próximos meses. O sistema pode gerar cerca de 80% de energia consumida nas áreas comuns e em alguns apartamentos.
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