O dado foi apontado pela consultoria Bernreuter Research
De acordo com relatório da Bernreuter Research, a oferta de silício voltada para a indústria fotovoltaica permanecerá limitada em 2021, com ameaça de excesso de capacidade em 2022 e 2023. A pesquisa indica que as expansões lideradas por alguns dos mais importantes fornecedores da matéria-prima poderão causar o declínio dos preços de curto prazo, voltando aos números observados em 2019, menores que US$ 8, ou até mesmo US$ 7 por quilograma em 2022.
“Com as usinas fotovoltaicas se tornando as fontes mais baratas de energia, a capacidade instalada dessa forma de geração crescerá nos próximos anos de forma mais rápida do que as pessoas esperam. Isso irá impulsionar a demanda pelo silício policristalino”, anunciou Johannes Bernreuter, diretor da consultoria.
O relatório pontuou que o aumento na capacidade das grandes fabricantes chinesas lidará com esse avanço na procura de matéria-prima. Essas fabricantes são comandadas pela Tongwei, a maior produtora do mundo em 2022, ocupando o posto que anteriormente pertencia à Wacker.
O analista também relatou que, a cada ano, com o objetivo de manter a homeostase do mercado, as instalações globais de energia fotovoltaica deverão passar por um crescimento de 30% em 2022 e em 2023, visando atingir a marca dos 270 GW. “Isso não é impossível, mas exigirá que o mercado acelere enormemente”.
Apesar da crise gerada pela pandemia da COVID-19 durante o ano de 2020, a atuação da indústria fotovoltaica continuou a todo vapor. Dessa forma, os preços do silício policristalino dobraram devido à saída de fabricantes do segmento ou à suspensão na produção. Entre 2017 e 2019, por exemplo, não só 14 produtoras chinesas de pequeno e médio porte abandonaram o setor, como também três companhias sul-coreanas.
Nesta segunda onda de fortalecimento do campo de energia solar fotovoltaica, uma capacidade total de 275 mil toneladas da matéria-prima desapareceu, como indicado pela Bernreuter. Esse acontecimento ultrapassou as 135 mil toneladas subtraídas entre 2010 e 2013 e, portanto, a presença da China na produção de silício policristalino avançou em pouco mais de 50% em 2017 para perto de 75% em 2020.
O segmento passou pela carência de outros materiais, como o vidro, o qual deve continuar limitado até 2021. O diretor prevê que a capacidade solar alcance um volume instalado de 127 GW em 2020.
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