Pesquisa global da PwC revela maior desenvolvimento de novos modelos de negócios pelas empresas de energia, sobretudo no setor solar
A pandemia da Covid-19 tem acelerado o desenvolvimento de novos modelos de negócios pelas empresas de energia, direcionando suas atenções às energias renováveis. Um estudo da PwC demonstra que essa tendência pode levar o setor para a próxima etapa da transição energética em direção à meta de emissão zero de carbono até 2050.
Na Grã-Bretanha, por exemplo, segundo dados da National Grid — companhia responsável pela gestão da rede britânica de geração e distribuição elétrica — este período de pandemia foi o mais longo, desde 1822, que o sistema elétrico operou sem a necessidade de acionar usinas de carvão. A demanda foi suprida por 39% de fontes renováveis, 30% de gás natural e 21% de energia nuclear, além de uma parte importada.
No caso do Brasil, apesar de já ter uma das matrizes energéticas mais limpas do mundo devido à utilização das hidrelétricas, também vive o crescimento das energias renováveis como a solar, a eólica e o gás natural.
“Apesar do setor de energia ser considerado um serviço essencial sem paralização das atividades, a pesquisa mostra que a redução da demanda, combinada com a alta penetração de energias renováveis, impactou e causou instabilidade no setor, que precisa se reestruturar para vencer os desafios.
Segundo o estudo, é necessário desenvolver novos produtos e serviços, incluindo o gerenciamento da demanda, estabelecimento de tarifas por tempo de uso e pensar em tecnologias de armazenamento de energia elétrica. No Brasil, esse tipo de gerenciamento da demanda se torna ainda mais complexo em razão de suas dimensões geográficas e temas regulatórios.
Em curso prazo, a pesquisa indica que as empresas de energia e serviços públicos devem se concentrar em manter a continuidade dos negócios e garantir a sustentabilidade financeira, com foco nos colaboradores, incentivando o trabalho remoto e a proteção de empregos, além de apoiar sempre os clientes.
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Também é fundamental direcionar esforços a transformação a partir da tecnologia. “Conforme o setor de recupera da crise, as melhorias da eficiência operacional, lideradas pela tecnologia, vão impulsionar o desempenho financeiro e regulatório”, prevê Ronaldo Valiño, sócio-líder das indústrias de Energia, Mineração, Siderurgia & Metalurgia da PwC Brasil.
No Brasil, o governo criou a conta Covid, por meio do decreto 10.350/20, para apoiar financeiramente as concessionárias a manter suas operações saudáveis, permitindo continuar os investimentos na transformação digital do setor.
O levantamento da PwC também aponta que o relacionamento com os clientes é outro fator que pode fomentar o crescimento do setor. E nesse sentido, a redução da taxa de emissão de carbono é uma das expectativas dos clientes. Desse modo, o investimento em energias renováveis é o caminho para diversificar a matriz energética nacional. “Os consumidores estão cada vez mais conscientes dos impactos da crise. Com isso, é necessário que os pacotes de estímulo governamentais priorizem os investimentos que impulsionam a economia e, ao mesmo tempo, permitem que se atinja a emissão de “zero carbono”, conclui.
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