Em reunião da Organização Latino-Americana de Energia (OLADE), especialistas avaliam impactos e desafios no segmento
Por Ricardo Casarin
A pandemia de COVID-19 causou um grande prejuízo ao setor de energia da América Latina, mas também criou oportunidade de desenvolvimento, incluindo a incorporação de novas tecnologias e práticas mais sustentáveis. Esse foi o consenso da reunião da Organização Latino-Americana de Energia (OLADE), organizada pela Agência Internacional de Energia (AIE).
Na ocasião, ministros e representantes de governos da região discutiram formas de colocar a energia em um papel central na recuperação econômica, ao mesmo tempo em que se busca o avanço para para sistemas de eletricidade mais sustentáveis e resilientes. O evento, realizado de forma virtual, também contou com a participação do diretor executivo da AIE, Fatih Birol, e do secretário executivo da OLADE, Alfonso Blanco.
“Esse diálogo vital ilustra as várias forças da América Latina, tanto em termos de pioneirismo em renováveis, riqueza de fontes de energia e na diversidade e dinamismo de sua população. Estou confiante que a região tem potencial de construir um futuro brilhante no setor de energia”, disse Birol.
“A AIE está muito satisfeita de estar trabalhando em conjunto com a OLADE e com o Banco Interamericano de Desenvolvimento em diversas frentes, e esperamos aprofundar essa cooperação ainda mais. Nos colocamos a disposição para acompanhar os países da América Latina na busca por uma recuperação sustentável e resiliente da pandemia.”
Blanco afirmou que a pandemia está forçando a região a rever estratégias de longo prazo para que o setor de energia possa trazer o dinamismo necessário na recuperação econômica. “A OLADE está contente em ter se aliado com a AIE nessa discussão valiosa que irá auxiliar os tomadores de decisão do setor na América Latina.”
O ministro de Minas e Energia do Brasil, Bento Albuquerque, disse na reunião que não há modernização sem inovação. “O Brasil conta com a AIE em seu esforço para modernizar o design do seu mercado elétrico e para a melhoria da governança, da pesquisa e do desenvolvimento, da inovação em energias limpas e em eficiência energética, tudo no âmbito do Clean Energy Transitions Programme.”
“Acreditamos que uma saída para a crise é fortalecer a integração e a cooperação energética regional. Trocamos estatísticas valiosas e lições para impulsionar o Sistema de Energia do Brasil junto com nossos vizinhos”, acrescentou o ministro.
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