Levantamento detalha os progressos do bloco rumo a meta de se tornar o primeiro continente a neutralizar emissões de carbono até 2050
Por Ricardo Casarin
A participação das renováveis no consumo bruto total de energia da União Europeia em 2020 deverá alcançar uma parcela de 22,8% a 23,1%, conforme o continente atravessa uma mudança de paradigma rumo a geração solar e eólica, aponta estudo da Comissão Europeia. O levantamento detalha os progressos do bloco rumo a meta de se tornar o primeiro continente a neutralizar emissões de carbono até 2050.
A Comissão Europeia ressalta que a fatia prevista de renováveis aumentou em função dos impactos da pandemia de COVID-19 na demanda de energia, mas esse patamar pode não se sustentar uma vez que a atividade econômica se recuperar totalmente. Enquanto diversos países-membros esperam ultrapassar suas metas individuais de clima, cinco correm riscos de não cumprir seus objetivos: Bélgica, França, Polônia, Holanda e Luxemburgo.
O estudo estima que em 2030, a parcela de renováveis da União Europeia será de 33,7%, com a expectativa que o uso de energia limpa acelere na metade final da década atual. “É muito positivo testemunhar o progresso que a Europa fez e continuará fazendo para alcançar suas metas de energia e clima”, declarou a CEO da SolarPower Europe, Walburga Hemetsberger.
“A fonte solar passou pelas maiores reduções de custos entre todas as tecnologias renováveis, com grandes ganhos em eficiência e inovações, como usinas flutuantes e uso pelo agronegócio”, destacou a dirigente. No contexto da recuperação da pandemia, a Comissão Europeia avalia que o continente enfrenta uma oportunidade única para investimentos que possam apoiar o crescimento econômico ao mesmo tempo que acelerem a transição energética.
Dada a expansão projetada da capacidade fotovoltaica no bloco europeu e no mundo, a Comissão Europeia entende que o continente deveria ter uma participação mais representativa na cadeia de valor e explorar o crescimento da indústria solar. O relatório aponta que o bloco regrediu dramaticamente na fabricação de células fotovoltaicas e módulos, mostrando que a União Europeia responde por apenas 12,8% do valor da produção global de painéis.
De acordo com a comissão, institutos de pesquisa, uma força de trabalho qualificada e empresas emergentes oferecem uma base para reestabelecer uma cadeia de fornecimento forte e com alcance mundial. Uma indústria fotovoltaica de maior porte também reduziria os riscos de interrupções de fornecimento e de falta de qualidade de equipamentos.
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