Mais baratas, leves e flexíveis, nova tecnologia tem aumento na vida útil
Uma equipe de pesquisadores da Universidade de Sydney, na Austrália, chegou primeiro num feito perseguido por pesquisadores de todo o mundo. Liderados pela professora Anita Ho-Baillie, os cientistas conseguiram aumentar a durabilidade das promissoras células solares de perovskita – potencialmente superiores e muito mais baratas – para um patamar comparável ao das tradicionais células solares de silício.
As perovskitas oferecem um futuro ainda mais promissor para os sistemas de energia solar. Segundo a pesquisadora, além de serem muito baratas do que as outras, ainda são 500 vezes mais finas que o silício e, portanto, são flexíveis e ultraleves. Sem contar que são muito eficientes, permitindo altas taxas de conversão solar.
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As perovskitas são cristais com a estrutura cristalina ABO3, onde A e B podem ser cátions de diversos elementos. A dificuldade dessa célula de perovskita estava na questão da durabilidade, uma vez que o próprio calor do Sol e a umidade – acabavam degradando essas promissoras células solares. A pesquisadora explica que isso ocorre por um fenômeno de liberação de gases, pelo qual os próprios compostos da célula solar “vazam” para a atmosfera, degradando seu desempenho.
A equipe de Anita venceu esse desafio conseguindo elevar a estabilidade termal das células de perovskita além do que se exigia. Para isso, eles idealizaram um “escudo protetor” ultrafino, feito de polímero e vidro.
“Estabilizamos as células de perovskita sob as duras condições padrão dos testes ambientais da Comissão Eletrotécnica Internacional. Além de passaram nos testes de ciclagem térmica, as células excederam os exigentes requisitos dos testes de calor úmido e congelamento com umidade,” explica Anita.
No caso, as células solares de perovskita conseguiram sobreviver a mais de 1.800 horas do teste “Calor Úmido” da IEC e 75 ciclos do teste “Congelamento com Umidade”, excedendo pela primeira vez os requisitos da norma IEC61215:2016 – a ciclagem varia entre -40 ºC e +85 ºC.
“Esperamos que este trabalho contribua para os avanços na estabilização das células solares de perovskita, aumentando suas perspectivas de comercialização,” conclui Anita.
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