Sistema ainda não gera água o suficiente para o consumo recomendado por dia para seres humanos, mas pode ser alternativa para escassez do recurso hídirco
Pesquisadores do Massachusetts Institute of Technology (MIT) desenvolveram um novo aparelho movido a energia solar capaz de extrair água do ar e pode funcionar mesmo no clima seco. O novo projeto foi publicado no periódico científico Joule.
Na prática, os materiais porosos coletam água do ar durante a noite e, ao nascer do sol, o processo de separação começa a acontecer. Depois disso, a água é movida para um compartimento dedicado ao seu armazenamento.
O sistema ainda está em fase de testes e precisa de melhorias. Segundo os pesquisadores, ele ainda não gera água o suficiente para o consumo recomendado por dia para seres humanos, que é de 2,5 litros ao dia. O equipamento está produzindo 800 mililitros ao dia — ou menos, dependendo das condições climáticas.
“É importante considerar diferentes tecnologias que possam fornecer água, em locais onde a escassez de água é um problema, é particularmente devido à exacerbação desse problema devido às mudanças climáticas”, diz Alina LaPotin, estudante de Ph.D. e líder do projeto.
Apesar de ainda ser um protótipo, o aparelho do MIT pode indicar um caminho para amenizar o problema da falta de água no mundo para os próximos anos. O Brasil está entre os países menos afetados pela falta de água, ainda que existam pontos críticos na Região Nordeste. Os dados são do World Resources Institute, apontando que globalmente, a Europa, a Ásia e África são as que mais sofrem com a escassez de água.
A ideia não é totalmente nova. Em 2017, uma parceria entre o MIT e a Universidade da Califórnia em Berkeley (EUA) criou um dispositivo movido a energia solar que é capaz de produzir água potável. A máquina que funciona mediante captação de energia solar usa a umidade do ar para produzir água em regiões de seca.
Hoje é possível extrair água em condições de umidade elevada no ar, mas a partir de métodos mais caros, como por exemplo desumidificadores – equipamentos que não funcionam via captação de energia solar, mas apenas elétrica.
Já a máquina tem a capacidade de extrair água em níveis baixos de umidade, na ordem dos 20%. De acordo com artigo publicado na revista Science, o equipamento de energia solar foi construído com um material especial, uma estrutura metálico-orgânica, e permitiu recolher 2,8 litros de água em 12 horas, em condições de 20% a 30% de umidade no ar, usando um quilo desse material.
Segundo informações divulgadas no portal DNotícias, o sistema funciona da seguinte maneira: a estrutura metálico-orgânica é formado por pequenos itens do tamanho de grãos de poeira, comprimidos entre um absorvente de energia solar e uma placa de condensador, colocada no interior de uma câmara aberta para o exterior.
À medida que o ar se dispersa através da estrutura metal-orgânica porosa, as moléculas de vapor de água ligam-se preferencialmente às superfícies interiores. Dessa forma, a luz solar, ao aquecer a estrutura metálico-orgânica, conduz o vapor de água absorvido para um condensador que está à temperatura exterior. O vapor é condensado como água líquida e goteja num coletor. No entanto, a tecnologia desenvolvida neste ano pelo MIT é mais promissora.
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