Segundo o executivo, governo do Piauí tem exercido papel de liderança na construção de projetos nesta modalidade
Por Ricardo Casarin
Projetos de Parceria Público Privada (PPP) em geração solar ainda estão passando por um processo de construção de um modelo ideal, o que acarreta em desafios e oportunidades, declarou o presidente executivo da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), Rodrigo Sauaia, durante transmissão ao vivo promovida pelo Programa de Parceria Público-Privada e Concessões do Estado do Piauí (PPP Piauí).
“Há o desafio de ser um ambiente novo. O Brasil não tem histórico de PPP de energia solar, estamos construindo esse modelo. Não vai ser o ideal na primeira tentativa”, destacou o dirigente. “É também uma oportunidade. O BNDES tem acompanhado a proposta do Piauí e espera que seja bem-sucedido, para levar o modelo para outros locais.”
O governo do Piauí está desenvolvendo um projeto que prevê a construção de oito miniusinas de energia solar fotovoltaica no estado por meio de uma PPP. As plantas terão capacidade de 5 MW e a previsão total de investimentos da iniciativa privada é de cerca de R$ 175 milhões. “O poder público tem a capacidade de influenciar pessoas e empresas por meio de ações. É importante ter uma comunicação aberta com a sociedade para mostrar os resultados dessa iniciativa”, disse Sauaia.
“Na ABSOLAR, sempre procuramos junto ao setor público referências para o mercado e acredito que o governo do Piauí tem exercido esse papel de liderança, carregando essa bandeira e mostrando o caminho para o resto do país. O projeto avançando no Piauí serviria de referência para outros usos de energia solar em PPP”, acrescentou o dirigente.
Ele contou que a entidade está em contato com estados e municípios que querem implementar a geração fotovoltaica, mas que enfrentam o obstáculo de orçamentos restritos. “Uma opção é fazer uma licitação, comprar o sistema e ficar responsável pela operação e manutenção. Nem todos tem condições de fazer isso. Um cenário ganha-ganha passaria por um modelo mais simples e fácil, em que a responsabilidade fica compartilhada com o setor privado.”
Sauaia entende que esse desenvolvimento ainda passa pela construção de um ambiente de maior segurança entre atores públicos e privados. “O empresário ainda não tem familiaridade com contratos de longo prazo pagos unicamente pelo governo. Construir uma usina para colher os frutos ao longo do tempo pode trazer o receio de uma mudança de administração ou estratégia estatal. É uma insegurança que o próprio empresariado vai se adaptando.”
O dirigente afirma que uma das inciativas da ABSOLAR tem sido ajudar os estados a construir seus programas de implementação da tecnologia fotovoltaica. “O potencial é grande, na prática, o poder público ainda é uma fração pequena do total de instalações na geração distribuída. Para se ter uma ideia, o volume de conexões representa apenas 1,5% do setor, enquanto os consumidores residenciais respondem por 72%.”
“Com a energia solar fotovoltaica, o poder público tem a possibilidade de uma série de benefícios econômicos, estratégicos e ambientais. A redução de custos com energia elétrica ajuda o gestor a planejar melhor seus recursos.”
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