Primeiro projeto brasileiro de usina híbrida eólica-solar poderá colaborar para o progresso regulató
- grupomotaservicos
- 2 de jun. de 2021
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Elaborada no Piauí, planta-piloto auxiliará a solucionar dúvidas técnicas operacionais, apontam especialistas
Conforme Diego Bittner, conselheiro da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), o primeiro projeto brasileiro de usina híbrida eólica-solar poderá ajudar no progresso regulatório da modalidade e na solução de dúvidas técnicas operacionais. Aprovado recentemente pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o empreendimento será elaborado no Piauí pelo fundo canadense CPPIB e pela Votorantim Energia.
“Esse projeto é um marco importante, atrelado a uma consulta pública que a ANEEL deve abrir em algumas semanas. É um piloto importante para destravar possíveis dúvidas que podem acontecer na operação. Esses projetos também requerem alterações regulatórias, e algumas dúvidas poderão ser sanadas com o empreendimento”, afirmou o conselheiro durante o programa Absolar Inside.
A Aneel lançou, em outubro de 2020, a primeira fase da Consulta Pública 061/2020 para discutir a normatização para a implantação de usinas híbridas e associadas. Hoje em dia, o Brasil não conta com uma regulação própria para esse tipo de projeto. A análise de especialista do segmento elétrico é que a geração conjunta entre fontes solar e eólica tem um forte potencial de mutualidade, sobretudo na região Nordeste, na qual maior porção dos parques eólicos encontram-se instalados.
“É possível aproveitar a geração eólica durante a noite, onde ela é mais predominante, e a solar fotovoltaica obviamente durante o dia”, detalhou Bittner. “Essa sinergia pode ser usada para otimizar a utilização da rede de transmissão, trazendo ganhos na infraestrutura, logística dos projetos e na questão dos encargos”.
O sócio administrador da MRTS Consultoria explicou, na mesma transmissão, que a regulamentação da garantia física das usinas está entre os principais tópicos para destravar o segmento no Brasil. “É preciso definir um critério de quanta potência pode ser contratada em um modelo híbrido. Atualmente, cada fonte tem uma orientação diferente”.
Sandro Yamamoto, diretor técnico da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), também participou da transmissão. Ele sublinhou que, nos momentos em que a geração das duas fontes for simultânea e excedente, o empreendimento no Piauí adotará como regra o corte da energia solar. “É similar a uma proposta nossa. Quando necessário, é feito o corte de maneira devidamente monitorada e controlada, otimizando o uso da rede”.
Além disso, Bittner prevê que, no futuro, esses excedentes poderão ser geridos por meio do uso de sistemas de armazenamento com baterias. “No caso do corte, será possível armazenar a energia para escoar posteriormente. Esses sistemas ainda têm um custo relevante, mas eles vêm se reduzindo. Poderá ser mais atrativo, mas no curto prazo ainda não é viável”.
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