Estudos em andamento visam a aplicação da energia solar para alimentar os sistemas e aumentar o alcance do projeto
Por Cristiane Pinheiro
O Programa Água Doce (PAD) – política pública permanente de acesso à água de boa qualidade para o consumo humano, implantou na Bahia 285 dessalinizadores, com investimento de R$ 65 milhões, o que garantirá acesso ao recurso hídrico de qualidade para 70 mil pessoas que vivem no semiárido. Porém, o potencial poderia ser ainda maior com o uso da energia solar para alimentar os sistemas de dessalinização implantados pelo programa.
O coordenador de Dessalinização de Águas do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), Alexandre Saia, afirmou recentemente que o Programa tem uma capacidade instalada para produzir cerca de 3,2 milhões de litros de água por dia, com possibilidade de avançar na utilização de agricultura biossalina por meio de tecnologias que utilizem águas salinas ou salobras no processo de irrigação e também no uso de energia solar para alimentar os sistemas implantados pelo programa.
Um projeto piloto de energia solar fotovoltaica já foi implantado no município de João Câmara, Rio Grande do Norte. Em sua primeira fase, o PAD conta com 840 sistemas já implantados no país, com um investimento de R$ 287 milhões.
A chefe da pasta do Meio Ambiente (Sema), Cássia Magalhães, destacou que a Bahia é uma região muito sofrida por conta da seca. “Historicamente tivemos um desenvolvimento muito centralizado, que precisa de políticas públicas consistentes e tendo como eixo o desenvolvimento sustentável local, meta dessa secretaria. E, sem a componente água, entendemos ser impossível promover este desenvolvimento. Portanto, gostaria de parabenizar toda a equipe estadual do programa, que não só consegue executar esta política de forma eficaz, mas está envidando todos os esforços para ampliar o alcance do PAD para novos municípios e localidades”, afirmou.
O Programa Água Doce (PAD) é uma ação do Governo Federal, coordenada pelo Ministério do Desenvolvimento Regional em parceria com instituições federais, estaduais, municipais e sociedade civil que visa estabelecer uma política pública permanente de acesso à água de qualidade para o consumo humano por meio do aproveitamento sustentável de águas subterrâneas, incorporando cuidados técnicos, ambientais e sociais na implantação e gestão de sistemas de dessalinização no semiárido brasileiro, levando-se em consideração a característica da presença de sais nas águas subterrâneas desta região.
O Programa é executado por meio de parcerias com todos os estados do Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe) e Minas Gerais. São 10 (dez) convênios do Programa Água Doce em execução, com investimento de aproximadamente R$ 250 milhões de reais para fornecer água de qualidade a 1200 comunidades rurais do semiárido brasileiro.
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