Painéis instalados no um canal de 336 milhas no estado do Arizona Tucson alimentarão o sistema de bombeamento de forma muito mais barata
O Departamento de Energia dos Estados Unidos está apostando milhões de dólares em projetos e tecnologias inovadoras que abrem novos caminhos para a expansão do mercado de energia solar no país. Uma dessas iniciativas é o premiado projeto de bombeamento de água “Rio Solar”, que pode servir de exemplo ao Brasil, no setor agropecuário, uma vez que o diesel, gás natural e eletricidade que estão entre as fontes usuais de energia para essa pressurização da água e correspondem a um dos principais custos para a produção de alimentos.
O projeto “Rio Solar” funciona da seguinte forma: um canal de 336 milhas no estado do Arizona que abastece as cidades de Phoenix e Tucson é coberto com placas fotovoltaicas, que alimentarão o sistema de bombeamento. A ideia nasceu a partir de lições aprendidas com instalações fotovoltaicas em grandes estacionamentos e usinas flutuantes em represas.
Na prática, além de gerar economia no custo do bombeamento de água e da estabilização dos preços de pressurização da água ao longo de toda a vida útil dos painéis, em torno de 25 anos, os engenheiros americanos também apontam a redução de contaminação da água e redução de evaporação com grandes benefícios adicionais.
Energia solar rural no Brasil
A energia solar distribuída no Brasil também tem está em expansão e já chega a mais 26 mil unidades consumidoras rurais espalhadas em 3.028 municípios brasileiros, representando 391MW instalado.
Especializada em energia solar distribuída, a Sunwise avalia o grande potencial de energia solar integrada com equipamentos rurais, aliada a opções facilitadas de financiamento, devem aumentar a participação da energia solar rural de forma exponencial. Segundo a empresa, inovações na integração da energia solar com pivôs de irrigação estão sendo amplamente difundidos em diversos estados. Dessa forma, o intuito é reduzir o gasto com energia elétrica e, consequentemente, aumentar a competitividade da agricultura de pequeno e médio porte.
No Brasil, as aplicações no segmento são diversas e crescentes. Um exemplo é no município de Sapé, na Paraíba, onde agricultores do Assentamento 21 de abril, usam a energia solar na irrigação para a produção de hortaliças, aumentando sua produção e lucratividade do negócio, com a redução de custos oferecido pelo sistema.
Toda a produção: couve, cebolinha, alface, coentro, hortelã, pimentão, agrião, rúcula e abobrinha é comercializada em duas feiras que ocorrem em Sapé.
O kit de energia fotovoltaica foi adquirido por meio do Programa de Apoio a Projetos de Infraestrutura e Serviços em Territórios Rurais (Proinf) da Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário (Sead).
O bombeamento solar também está levando água para lugares remotos que não tem acesso nem a água e nem a eletricidade para o bombeamento.
É difícil saber que muitas pessoas nãos têm acesso a água neste momento delicado que estamos vivendo, de enfrentamento à pandemia do novo coronavírus, em que a higiene pessoal e do ambiente domiciliar é fundamental”, afirma. “O bombeamento de água com energia solar pode ser um aliado para solucionar este problema, já que é um sistema confiável, econômico e sustentável”, explica o sócio-diretor da NeoSolar, Raphael Pintão.
Veja também: Bombeamento solar como funciona
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