Trata-se do Live Innovation Impact Grant Program, que apoia ideias inovadoras para melhorar a vida das comunidades e o meio ambiente
Por Cristiane Pinheiro
O engenheiro de informática, Adulai Bary, e o seu sócio Mamadú Saliu Djaló da BigTechnology, ambos de Guiné Bissau, acabaram de ganhar o prêmio Live Innovation Impact Grant Program, na Expo Mundial 2020, realizado em Dubai, que apoia ideias inovadoras para melhorar a vida das comunidades e o meio ambiente. Adulai Bary foi um dos fundadores em 2015 da Innovalab, a primeira incubadora guineense de projetos, é embaixador do Next Einstein Forum 2017/2019 e é consultor da Organização das Nações Unidas (ONU) para o emprego dos jovens e economia digital.
Batizado de “Ubuntu 2S” ou Ubuntu Soluções Solares, o projeto consistiu em inclusão digital e baterias solares de baixo custo, que vão levar energia elétrica às mais remotas localidades da Guiné-Bissau, país onde menos de 30% da população tem acesso à eletricidade, apesar de ter mais de 200 mil utilizadores de Facebook e mais de 80% da população utilizar celular.
O engenheiro Adulai Bari juntou as duas num “kit’ de energia solar, que vai ajudar os guineenses a terem acesso à eletricidade numa primeira fase e que, posteriormente, pretende expandir-se para outros países da África.
O projeto já está em operacionalização, no entanto foi adiado devido à pandemia da covid-19, que impediu o fabrico na China por um parceiro norte-americano, mas deverá ser lançado em janeiro de 2021. A ideia é construir uma pequena bateria solar muito sofisticada com capacidade para ligar em casa entre 3 e 5 lâmpadas, um rádio e um celular e que fornece energia durante 6 a 8 horas e custará cerca de 200.000 FCFA, o equivalente a cerca de 300 euros, que poderão ser pagos em prestações mensais.
“As lâmpadas vão iluminar as casas e facilitar a educação nas zonas rurais, além disso a nossa abordagem é inclusão digital “, afirmou o engenheiro. O projeto inclui também uma rede de quiosques solares, que vão vender kits, mas também ser um ponto de animação digital, com wi-fi gratuito e onde as pessoas podem carregar os celulares, fazer transferências de dinheiro e estarem juntos.
Para Adulai Bary, o reembolso do valor do kit pode ser feito em dois anos e vai ajudar as pessoas com rendimentos mais baixos a terem acesso à eletricidade. O kit também vai ser produzido numa versão que inclui um aparelho de televisão e numa outra para pessoas que pretendem apenas o fornecimento de energia elétrica. No final do pagamento do valor, as pessoas ficam proprietárias dos kits.
Segundo dados da ONU, disponibilizados no último relatório da Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento, na Guiné-Bissau com cerca de dois milhões de habitantes menos de 20% da população tem acesso a eletricidade e a água canalizada.
Saiba mais: Projeto de energia solar
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