Trabalho em comunidades no Rio de Janeiro foi um dos escolhidos do programa desenvolvido pela ONU
A Organização das Nações Unidas (ONU) acaba de divulgar os cinco finalistas do Prêmio Jovens Campeões da Terra na América Latina e no Caribe, do Programa da ONU para o Meio Ambiente (PNUMA). Entre eles, está o brasileiro Eduardo Avila, de 25 anos, que está concorrendo com a projeto Revolusolar. O projeto consiste em desenvolver um novo modelo energético em duas comunidades carentes, Morro da Babilônia e Chapéu Mangueira, ambas no bairro do Leme, no Rio de Janeiro.
A ideia é oferecer uma solução acessível e sustentável para geração elétrica, o que inclui a instalação de painéis fotovoltaicos, treinamento profissional para moradores locais, como eletricistas e instaladores solares, além de oficinas para crianças sobre sustentabilidade.
Segundo Avila, além de ter sido um dos finalistas, essa indicação vai ajudar as pessoas a entenderem melhor o problema de fornecimento de energia. “Moradores de comunidades pagam caro e recebem um serviço de baixa qualidade – as quedas de energia são frequentes e o atendimento para a solução do problema costuma demorar”, comentou, afirmando ainda que não é incomum que morros do Rio fiquem sem luz por até uma semana.
O projeto vencedor receberá US$ 10 mil em capital semente, bem como suporte personalizado para desenvolver seu trabalho e acesso a contatos e mentores capacitados. Os vencedores serão anunciados em dezembro.
A Revolusolar é fruto da união de duas histórias: a junção da experiência de lideranças comunitárias de comunidades do Rio de Janeiro e da evolução da energia solar como alternativa energética sustentável.
De um lado, a histórica marginalização das comunidades em relação a serviços públicos essenciais, como o acesso à energia. A tarifa cara compromete boa parte da renda familiar e os serviços ofertados são precários. E, como toda a história das comunidades, o forte senso comunitário da comunidade se junta e coopera para contornar os desafios.
De outro lado, a tecnologia da energia solar fica cada vez mais barata, configurando uma alternativa sustentável à geração fóssil. A geração distribuída de energia possibilita novos modelos descentralizados de organização comunitária. Desde 2012, o governo brasileiro permite essa modalidade e, em outubro de 2015, passou a permitir também o modelo de cooperativas.
O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), principal autoridade global em meio ambiente, é a agência do Sistema das Nações Unidas (ONU) responsável por promover a conservação do meio ambiente e o uso eficiente de recursos no contexto do desenvolvimento sustentável.
A missão é prover liderança e encorajar parcerias na proteção do meio ambiente inspirando, informando e permitindo que países e pessoas melhorem sua qualidade de vida sem comprometer as futuras gerações.
Com sede em Nairóbi, Quênia, o programa é desenvolvido por meio de divisões e sedes regionais, sedes de articulação e escritórios de país, além de uma crescente rede de centros de excelência. Também realiza inúmeras convenções ambientais, secretariados e corpos de coordenação entre agências. O trabalho é viabilizado pelos parceiros que financiam e executam as missões e por meio de contribuições voluntárias para cerca de 95% do orçamento.
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