Empreendimento foi construído em um reservatório de uma usina hidrelétrica integrado com armazenamento de bateria. Produção de energia anual é estimada em 53,5 mil kWh
Por Cristiane Pinheiro
A construção da primeira usina solar flutuante na Rússia foi finalizada pelo Hevel Group. O empreendimento está localizado num reservatório na maior usina hidrelétrica da região do Extremo Oriente. São 140 painéis solares são montados em flutuadores do tipo pontão. A flexibilidade do sistema é garantida por um esquema especial de conexão de módulos flutuantes e projetado para suportar vários metros de diferencial de nível de água e ondas. A produção anual da usina é estimada em 53,5 mil kWh.
Esse tipo de usina fotovoltaica no espelho d’água reduz o tempo de construção e aumenta sua mobilidade. Todo o sistema fotovoltaico pode ser desmontado no menor período de tempo e transportado para qualquer parte do reservatório. A planta solar flutuante pode abastecer a rede ou ser operada em modo autônomo devido às baterias de armazenamento instaladas.
O primeiro estágio da usina solar de 1,2 MW foi comissionado pelo Hevel Group em dezembro de 2019. Os testes de desempenho da usina foram finalizados em julho deste ano conforme foi anunciado pelo Hevel Group e a PJSC RusHydro. Em seis meses, o sistema fotovoltaico gerou 558,7 mil kWh.
Neste período, a usina flutuante abasteceu uma quantidade significativa da demanda de eletricidade da usina hidrelétrica que ajudou a aumentar o fornecimento líquido de eletricidade para a rede e melhorar a eficiência da usina hidrelétrica.
O país esforça-se em migrar para fontes limpas e renováveis, mas petróleo e gás ainda dominam suas exportações e compõem uma parte significativa das receitas de exportação da Rússia. A energia nuclear, por sua vez, ainda é consumida em grande escala.
Em 2018, estatísticas oficiais do Ministério da Energia mostraram que a Rússia extraiu quase 556 milhões de toneladas de petróleo bruto, incluindo condensado de gás – um recorde nos últimos 30 anos. Naquele ano, o país também produziu 725,4 bilhões de metros cúbicos de gás natural, 439,3 milhões de toneladas de carvão e 1.092 trilhões de kWh de eletricidade.
Das 556 milhões de toneladas de petróleo que a Rússia produziu em 2018, cerca de 409,3 milhões de toneladas foram exportadas. De acordo com a última pesquisa da Academia Presidencial da Economia Nacional e Administração Pública da Rússia, a exportação cresce devido à queda do consumo interno, que se estende há mais de 20 anos. Desde 1990, as exportações de petróleo sobem, saltando de 47,7% para 73,6% da produção total do produto.
Ainda segundo a pesquisa, a queda do consumo de petróleo na Rússia acontece devido ao aumento do consumo de gás natural. No entanto, a Rússia continua sendo o quarto maior consumidor de energia do mundo, com 5% de participação no consumo global, segundo as estatísticas da petrolífera britânica BP.
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