O estudo também aponta que a diminuição do uso de fontes fósseis irá se manter na mesma medida que a recuperação do mercado diante da crise provocada pela pandemia
De acordo com pesquisa realizada pela Agência Internacional de Energia (AIE), a capacidade de produção de energia solar fotovoltaica irá ultrapassar a eólica pela primeira vez em 2020, além de passar por um crescimento de 6% quanto à procura por eletricidade oriunda de fontes renováveis. O estudo também prevê que a redução do uso de fontes fósseis se mantenha à medida que o mercado se recupere dos efeitos da pandemia.
O relatório indica que, até o fim de 2020, a capacidade acessória de energia solar fotovoltaica deverá chegar aos 107 GW, com um declive de 1% quando comparado ao valor de 2019. Entretanto, mesmo com essa queda, a fonte ultrapassará a capacidade eólica pela primeira vez, conquistando a segunda posição entre as fontes renováveis, perdendo apenas para a hídrica.
Em 2020, atingida por adversidades na cadeia de fornecimento e nas questões logísticas, a capacidade adicional da fonte eólica será de 65 GW. Já as novas instalações hídricas irão avançar pela primeira vez em seis anos, com 18 GW extras.
Segundo a Agência, ainda que as instalações de sistemas de geração solar distribuída não tenham passado por uma queda significativa no Brasil, na Europa e na Austrália, grandes mercados como a China e Estados Unidos tiveram um andamento lento no setor.
A atuação no segmento deve ser reduzida para 37%, o menor nível registrado desde 2017. Os pesquisadores consideram que, graças ao rápido crescimento da China, a fonte irá recuperar o seu avanço, alcançando 117 GW ou até mesmo 149 GW em 2021.
Além disso, o relatório salienta que as tecnologias de geração foram afetadas de modos distintos devido à diminuição da procura por eletricidade em 2020. Foi observado um aumento de 6,6% na geração renovável, ao passo que as gerações fóssil e nuclear presenciaram uma redução no seu consumo.
O maior declínio já computado neste ano será experienciado pela geração de carvão, que contará com uma redução de 5%. Já a nuclear e gás diminuirão, respectivamente, em 4% e 2%. As gerações solar e eólica são responsáveis por mais de 9% da oferta de eletricidade no mundo, adicionando 1 ponto percentual comparado a 2019. Os crescimentos da geração solar e eólica foram, respectivamente, 20% e 10%.
As usinas hidrelétricas continuam sendo a maior fonte renovável, atuando em 16% do total da geração global. As fontes renováveis, ao todo, abasteceram 28% da eletricidade no mundo, estando dois pontos percentuais acima do observado em 2019.
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