Ao considerar as demais fontes renováveis, foram criados 11,5 milhões de postos de trabalho no planeta
Por Ricardo Casarin
O setor de energia renovável gerou 11,5 milhões no mundo todo em 2019, aponta relatório da Agência Internacional de Energia Renovável (IRENA). O levantamento mostra que somente a indústria solar fotovoltaica criou 3,8 milhões de postos de trabalho, um terço do total.
“Adotar fontes renováveis cria empregos e impulsiona a renda tanto nos mercados de energia desenvolvidos quanto nos em desenvolvimento”, afirma o diretor-geral da IRENA, Francesco La Camera. No ano passado, 63% de todos os empregos do setor foram registrados na Ásia, confirmando o status da região como líder de mercado.
Empregos no setor de biocombustíveis ficaram logo atrás do setor solar, alcançando 2,5 milhões. A maioria dessas ocupações está na cadeia de fornecimento agrícola, em países como Brasil, Colômbia, Malásia, Filipinas e Tailândia, com atividades de trabalho intensivo. Outros segmentos considerados grandes contratantes são as hidrelétricas e indústria eólica, com cerca de 2 milhões e 1,2 milhão de empregos, respectivamente.
Empregos no setor de renováveis são mais inclusivos e equilibrados em relação ao gênero, com as mulheres ocupando 32% dos postos, na comparação com a indústria de combustíveis fósseis, em que a representatividade feminina está em 21%. Embora estimativas precisas sejam escassas, aplicações renováveis off-grid estão gerando um número crescente de empregos, liderados pela tecnologia solar. A geração descentralizada também pode impulsionar contratações em regiões rurais.
A pesquisa da IRENA também destaca iniciativas promissoras para apoiar a educação e treinamento de trabalhadores. Também é ressaltada a importância de priorizar a readequação de operários do setor de combustíveis fósseis que perderam ou correm o risco de perder empregos. A entidade aponta que muitos deles têm habilidades e conhecimentos consideráveis para contribuir para a indústria renovável.
A organização defende que muito mais empregos podem ser gerados com a adoção de políticas amplas que impulsionem a transição energética. “Nunca a necessidade de tal estímulo foi maior do que na atual conjuntura. Mesmo com o mundo todo ainda lidando com a pandemia de COVID-19, a humanidade recebe lembretes diários das consequências de uma possível falha no combate as mudanças climáticas”, apontou a IRENA.
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